Nos dias 14 e 15 de maio participei da 5ª Jornada de Alfabetização promovida por um grupo de estudiosos do tema liderados por pesquisadores da UFRN e da UFRGS.
As notas abaixo resumem o estágio em que se encontram as políticas e recomendações sobre o tema:
• Desde a pré-escola é preciso ensinar o princípio alfabético e ajudar os alunos a adquirir a capacidade de analisar as palavras (oralmente) para nelas identificar seus componentes fonológicos, as sílabas e, depois, os fonemas.
• As atividades orais que ajudam a tomar consciência dos fonemas, isto é, desenvolver a consciência fonêmica devem ser associadas a atividades escritas e de pronúncia das palavras.
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• O estudo das correspondências grafema/fonema deve começar desde a pré-escola. Nos dois primeiros meses é preciso apresentar aos alunos pelo menos 12 a 15 correspondências, incluindo as vogais, para que eles possam começar a decodificar com autonomia.
• É preciso usar textos em que pelo menos 50% das palavras sejam decodificáveis, ou seja, correspondam aos grafemas já estudados.
• É preciso fazer exercícios regulares de escrita, de preferência na forma de ditados.
• É preciso fazer os alunos lerem em voz alta.
• A análise fonológica e o estudo das correspondências grafema/fonema devem continuar enquanto o aluno demonstrar dificuldade de ler as palavras – independentemente da série escolar.
Um detalhe: esta lista se refere ao nível de consenso de especialistas e professores na França e foram retiradas do site do Ministério da Educação daquele país. Ela foi apresentada no referido seminário por Jean-Emile Gombert. Em 2003, Gombert, junto outros pesquisadores, participou da elaboração de um relatório com recomendações que apresentam os princípios gerais que fundamentam essas práticas, e que foram apresentadas em Brasília, na Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados. Não é por falta de evidências, conhecimento, experiências exitosas ou de informação que a alfabetização não avança no Brasil.
Fonte: “Veja Onlie/Blog Educação em Evidência”, 16/05/2019