Por que grande parte dos jovens universitários investem anos de estudo na carreira pública e não arriscam o mesmo empenho para abrir um novo negócio? O que explica essa perspectiva de futuro? A falta de estímulo? O excesso de burocracia para abri um negócio ou o excesso de benefícios que o Estado oferece ao servidor? O Instituto Millenium questiona o econonomista Rodrigo Constantino sobre o assunto.
Para o especialista do Imil, essa “tendência” , a longo prazo, pode ser muito danosa para o país: “Em suma, aqueles jovens talentos que dedicam anos de estudo apenas para passar em concursos públicos estão agindo de forma racional, por interesse próprio. Mas o resultado final de algo desta natureza é negativo para a sociedade: aumenta-se muito a quantidade de “parasitas” que terão que ser sustentados por cada vez menos ‘hospedeiros’ . Um dia o organismo sucumbe diante de tanto peso-morto”.
Constantino concorda que o povo brasileiro é empreendedor, mas acredita que o empreendedorismo precisa ser estimulado entre os jovens: “ o que vemos no Brasil é que os mecanismos de incentivo são perversos para tal atividade de risco. A burocracia é asfixiante, a carga tributária é absurda, a infraestrutura é precária, a mão de obra não tem qualificação, o custo de capital, para quem não conta com as benesses do BNDES, pode ser proibitivo, e as leis trabalhistas são rígidas demais, com inspiração fascista. Enfim, o governo brasileiro conseguiu transformar o empreendedorismo numa aventura homérica, para poucos. Bill Gates provavelmente estaria na garagem até hoje por aqui. Em contrapartida, o setor público oferece cada vez mais benefícios e privilégios. Os salários médios são mais elevados do que no setor privado, que é quem paga a conta. Há inúmeras regalias, estabilidade de emprego independente do resultado, aposentadoria favorecida, etc”.
Muito boa a análise!
Concordo plenamente!
O argumento é irretocável. Porém como vamos estimular o empreendedorismo entre os jovens no quadro institucional que vivemos? Os membros do Estado vivem em outro mundo. Acham que os que produzem podem pagar tudo. Corporativismo, assistencialismo, bandalheira e se não bastasse, temos as instituições mais caras do planeta.