Criada em 2018, a Next Realty se especializou em fazer seus projetos – geralmente, apartamentos que variam de 18 a 80 m², muitas vezes sem vaga de garagem – caberem em terrenos menores do que os geralmente disputados pela concorrência. Assim, a empresa consegue reduzir os preços das unidades em até 30% em relação às rivais do segmento, que também é disputado por nomes como a Vitacon.
A empresa tem dois empreendimentos prontos na Vila Nova Conceição. Outros três projetos estão em execução na Alameda Franca, Rua Haddock Lobo e Rua Pamplona, na região da Avenida Paulista. Até o fim do ano, a Next Realty deve lançar outro empreendimento na Rua Bela Cintra.
“Para os lançamentos, fizemos ajustes para adequar à realidade da pandemia. Incluímos coworking, internet coletiva, portaria remota, acesso com reconhecimento facial e abertura de portas com celular”, diz Felipe Del Giudice Antunes, sócio da Next Realty.
Em dois anos de existência, a Next atingiu um Valor Geral de Vendas (VGV) total de R$ 180 milhões. No total, entre projetos concluídos e em construção, são 253 unidades. Dessas, 172 unidades já foram vendidas, diz Antunes, que antes de montar a Next com dois sócios, trabalhava na Camargo Corrêa.
Antunes conta que, com a queda da taxa de juros, 95% das vendas dos apartamentos são feitas para famílias que buscam uma forma de diversificar os investimentos e vão alugar os imóveis. Apenas 5% são de clientes em busca de uma moradia.
O preço dos apartamentos varia de R$ 360 mil para unidades de 18 m² a R$ 1,2 milhão para os imóveis maiores. “Normalmente, nossos valores ficam cerca de 30% abaixo do mercado. Isso porque compramos terrenos que os grandes não se interessam e também porque não temos estandes de vendas. Fazemos venda direta, sem corretor, o que reduz alguns custos importantes.”
O sócio da Next Realty diz que, por enquanto, vai limitar os lançamentos a essas regiões porque ainda tem muito espaço para ser explorado. Para 2022, a expectativa é lançar seis novos produtos nesses bairros. Os imóveis desenhados pela empresa tem como referência os empreendimentos compactos localizados em cidades como Nova York, Londres e Tóquio.
Entorno com serviços
Segundo o presidente interino do Sinduscon-SP, Yorki Estefan, mesmo sendo unidades pequenas, o fato de estarem localizadas em bairros nobres faz uma grande diferença para o brasileiro. Isso porque as pessoas querem morar em áreas que tenham maior oferta de serviços no entorno, como bares, restaurantes e hospitais. “Isso é um item que as pessoas valorizam bastante.”
Na avaliação dele, as mudanças provocadas pela pandemia apenas corroboram com esse movimento. “O isolamento social trouxe novas vontades para o consumidor. Quem tem mais poder aquisitivo vai comprar um imóvel maior, mas no geral, as pessoas querem ter um local adequado para ficar.”
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Alex Frachetta, presidente do Apto, marketplace de imóveis novos, afirma que este é um mercado que segue em crescimento na capital paulista. “Como em imóveis menores a manutenção é mais barata e exige menos despesas, os investidores entendem que são apartamentos com custo benefício bom tanto para quem compra como para quem vai alugar.”
Assim, diz o executivo, esses imóveis trazem uma oportunidade de retorno financeiro e tendem a ser um investimento saudável a longo prazo, principalmente por conta da liquidez, por estarem em bairros nobres.
Fonte: “Estadão”, 21/07/2021
Foto: Alex Silva/Estadão