Os coordenadores do Mercosul iniciaram nesta terça-feira (23), em Montevidéu, a anunciada reunião para tentar solucionar a crise gerada em torno da transferência da presidência pro tempore do bloco.
Delegados de Brasil, Argentina, Uruguai e o vice-chanceler Rigoberto Gauto, representando o Paraguai, entraram antes do meio-dia local na sede do bloco em Montevidéu, informa a agência de notícias France Presse.
O encontro, que sucede o realizado na primeira semana de agosto no mesmo local em Montevidéu, será no nível de coordenadores e não de chanceleres, o que significa que qualquer proposta deverá ser levada aos titulares dos ministérios das Relações Exteriores.
Na reunião do começo de agosto, participaram representantes de Uruguai, Argentina, Brasil e Paraguai, sem a presença da Venezuela. Segundo informações preliminares, Caracas também não participa desse encontro.
O Mercosul atravessa sua pior crise em anos diante da negativa de Brasil, Paraguai e Argentina em admitir a presidência temporária da Venezuela, devido à crise política que abala o país caribenho.
No dia 29 de julho, o Uruguai deu por encerrada sua gestão na presidência rotativa, sem anunciar a transferência do posto a qualquer um dos sócios do bloco. O Mercosul era presidido pelo país desde o começo do ano, e a Venezuela deveria assumir a posição neste mês, segundo a regra de rotatividade do bloco. A sequência dos países que ocupam o cargo é definida por ordem alfabética e a troca é semestral.
Parlamento do Paraguai se manifesta
De acordo com a EFE, o parlamento do Paraguai manifestou sua rejeição a que a Venezuela assuma a presidência temporária do Mercosul e aos “insultos” que o presidente Nicolás Maduro fez contra seu país, segundo um documento divulgado nesta terça-feira pelo deputado opositor venezuelano Luis Florido.
O político venezuelano postou em seu perfil no Twitter um documento da Câmara dos Deputados do Paraguai que afirma “apoiar as gestões do Poder Executivo, através da Chancelaria Nacional, de desconhecer a autoproclamação da República Bolivariana da Venezuela à presidência pro tempore do Mercosul”.
Nesse sentido, o documento que foi assinado pelo presidente da Comissão de Relações Exteriores do parlamento paraguaio, José María Ibañez Benítez, e pelo secretário desta delegação, Walter Harms, pede aos países-membros do Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai, Venezuela e Paraguai) que definam uma “posição” sobre a situação da Venezuela.
De acordo com o documento, a legislação paraguaia considera que o país liderado por Maduro não pode assumir a presidência do Mercosul devido à situação dos direitos humanos e “às restrições de liberdades individuais (…) que geram instabilidade social e democrática”.
A Câmara paraguaia também manifestou sua rejeição às “declarações insultantes e ofensivas do presidente da República Bolivariana da Venezuela” em relação ao país.
Fonte: “G1”.
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