As críticas do chefe de segurança da Federação Inglesa de Futebol, Tony Conniford, à segurança e mobilidade do Rio, durante a Copa do Mundo, foram, nesta segunda-feira, minimizadas pelas autoridades do estado. A Secretaria de Segurança disse não ter sido comunicada por nenhuma autoridade inglesa sobre as preocupações da federação de futebol e lembrou, em nota, que as reclamações, publicadas pelo jornal “Daily Mail”, não tinham nenhuma confirmação oficial. Também informou que, embora esteja participando dos fóruns do Comitê Organizador, a segurança dos atletas é responsabilidade da Polícia Federal.
Segundo o jornal inglês, as declarações de Tony Conniford foram ouvidas por um repórter que almoçava perto dele. Na ocasião, ele teria dito estar preocupado com a localização da hospedagem dos atletas, perto da Rocinha, e que vinha sendo cobrado por superiores sobre a segurança da delegação. A reportagem afirmou que Conniford, um veterano da polícia inglesa, na qual trabalhou por 30 anos, teria dito: “precisamos de segurança extra”. A Federação Inglesa de Futebol disse, no entanto, estar confiante no esquema de segurança brasileiro.
Como Conniford também criticou o trânsito do Rio, que classificou de “terrível”, a Secretaria municipal de Transportes emitiu nota, informando que implantará esquema especial durante o evento, similar ao da Copa das Confederações que foi considerado pela Fifa o mais eficiente de todas as cidades envolvidas na competição. Conniford, segundo o “Daily Mail”, teria reclamado ainda que levou duas horas para fazer o trajeto entre a Urca e São Conrado.
Turistas: excesso causa reação
Nesta segunda-feira, também houve reações ao excesso de preocupação das embaixadas dos EUA, Argentina e Reino Unido com a segurança dos turistas. Ao elencar os problemas cariocas, a Embaixada Americana citou até mesmo o risco de explosões de bueiros, além de mencionar os altos índices de crimes no estado. Já a Embaixada do Reino Unido observa que tem havido uma série de confrontos violentos entre a polícia e manifestantes no Pavão-Pavãozinho, e a Embaixada Argentina sugere que seus cidadãos tenham atenção especial na Lapa e redobrem os cuidados para não caírem no golpe do “Boa Noite Cinderela”.
Para o Ministério do Turismo, os alertas são comuns. “Não há singularização em relação ao Brasil. As recomendações de segurança, como andar em grupos ou não reagir a um assalto, valem para qualquer lugar do mundo”, afirmou, por nota, acrescentando que estão sendo investidos R$ 1,8 bilhão em segurança nas cidades-sedes da Copa do Mundo.
O secretário especial de Turismo do município, Antônio Pedro Figueira de Mello, disse que o Rio já deu muitas provas de sua capacidade de organizar eventos, como a Copa das Confederações e a Jornada Mundial da Juventude, no ano passado.
A Secretaria estadual de Segurança informou que a Delegacia Especial de Apoio ao Turista (Deat) e o Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas estão prontos para prestar atendimento a todos os visitantes. O plano de segurança da Copa prevê um posto avançado da Deat no Aeroporto Santos Dumont e reforço do efetivo da Delegacia do Aeroporto Internacional, além de 156 policiais civis proficientes em línguas estrangeiras nas delegacias na região do evento. De acordo com a secretaria, haverá ainda um incremento de 70% no policiamento da área externa do Maracanã com sete mil policiais, somados ao efetivo de três mil policiais empregados nos dias de jogos.
Fonte: O Globo
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