A confirmação do primeiro caso do coronavírus no Brasil e o avanço da doença na Europa, Oriente Médio e países asiáticos reforçam a preocupação dos efeitos da epidemia sobre a economia brasileira. Até agora, o canal de contágio mais visível tem sido o financeiro: o dólar tem renovado recordes, e as Bolsas registram quedas com receio sobre o impacto da epidemia na economia global.
Nesta quarta-feira, após dois dias de fechamento por conta do feriado de carnaval, a bolsa brasileira reabriu com forte queda de 4,49%. No câmbio, o dólar comercial é negociado com alta de 0,42%, a R$ 4,411, recorde de cotação intradiária.
Mas os efeitos da epidemia vão além. A China é o principal parceiro comercial do Brasil. Em janeiro, as exportações recuaram 19%, e atribui-se parte da queda aos efeitos da menor demanda chinesa por matérias-primas.
Há ainda risco de suprimento. Do total de insumos importados pela indústria nacional, 20% vêm da China. Os produtos chineses estão presentes nas mais rotineiras situações dos brasileiros. Veja abaixo como falhas no fornecimento podem afetar seu dia a dia.
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Eletroportáteis
Logo após acordar, você prepara seu café da manhã. Você pode não saber, mas é grande a chance de a sanduicheira que usou para esquentar o pão e a cafeteira que ligou para fazer o café terem sido fabricadas na China. É de lá que vem boa parte dos eletroportáteis comercializados no Brasil.
Calçados
Se antes de trabalhar, der tempo para dar uma corrida ou ir à academia, o tênis que você vai calçar provavelmente tem digital chinesa. Grandes marcas como Nike, Adidas e Pullman abastecem vários mercados no mundo a partir de suas unidades no país asiático. Entre os calçados importados pelo Brasil, a China só perde para Vietnã e Indonésia.
Combustível
Decidiu ir para o trabalho de carro? O preço da gasolina na refinaria caiu três vezes em janeiro, efeito da queda da cotação do petróleo no mercado internacional, devido à menor demanda chinesa.
Eletrônicos
O computador que você usa no trabalho e seu smartphone também falam mandarim. Segundo a Abinee, que reúne fabricantes de eletrônicos, 45% das importações do setor vêm da China. A maior parte são componentes usados em computadores e celulares.
Energia
De noite, ao chegar em casa, você acende a luz ou liga a TV. Se a energia vem de painéis solares, a China certamente foi determinante na produção dos equipamentos. Chips de aparelhos domésticos inteligentes, que atendem a comando de voz, por exemplo, também vêm de lá.
Óculos
Vai ler um livro antes de dormir e precisa de óculos para enxergar as letras? O setor importa da China cerca de 80% do que vende no Brasil, incluindo armações, óculos de sol e de grau e lentes, segundo a Associação Brasileira da Indústria Óptica.
Fonte: “O Globo”