Todos os países do grupo BRICS são considerados opacos e de elevada incidência de corrupção. Tal fato é identificado nos principais indexadores que acompanham a questão.
Para informar, cito os seguintes relatórios: Global Integrity; Opacity Index de 2009; e o mais conhecido, Transparência Internacional, lançado recentemente. Nossa situação – como era de esperar – não é nada boa.
Para quem acompanha o noticiário, o desempenho do Brasil não é novidade. Desde a redemocratização, para não ir muito longe, temos colecionado escândalos de todos os tipos. A mesma Receita Federal que persegue os contribuintes mortais com o peso de uma carga tributária excessiva parece não se importar com as riquezas injustificadas de muitos que habitam o noticiário político nacional.
Aparentemente, apesar de resultar em perdas que equivalem ao tamanho econômico da Bolívia, de acordo com matéria especial da Folha de S.Paulo de 4 de setembro, o tema não desperta o interesse do brasileiro. As marchas da maconha e as paradas gay atraem muito mais a atenção e pessoas do que as manifestações contra a corrupção.
Fernando Rodrigues, um dos mais argutos observadores da política nacional, diz que a corrupção é resultante, entre outras coisas, do fato de que o Estado chegou primeiro que a sociedade em Brasília. É verdade.
Embora cause indignação, a corrupção, bem como o tamanho e a ineficiência do Estado no Brasil, ainda não incomoda. Só incomoda quando a televisão aberta, de forma consciente e direcionada, resolve aplicar doses cavalares de informação na nossa complacente sociedade.
O caderno especial sobre corrupção da ‘Folha de S.Paulo”, apesar da abundância de fatos e exemplos, não esgota o tema.
De certa forma, chega a ser superficial, ao deixar de abordar o universo das falcatruas que ocorrem ou podem ocorrer com o mau uso do dinheiro público. Por exemplo, os convênios com ONGs; as compras com dispensa de licitação; o uso de empresas laranjas; o desvio puro e simples de verbas com obras fantasmas. O repertório é tão vasto que poderia ilustrar uma enciclopédia.
Faltou explicar que a corrupção interessa a muitos na sociedade e que não há corrompido sem corruptor. E que, muito além da esfera das relações público-privadas, existem desvios nas relações entre entes públicos também.
O que fazer? As soluções são simples, mas de implantação quase impossível. Pelo simples fato de que a moralização absoluta do Estado significa destruir vacas sagradas e destituir poderosos de plantão. O que, sem uma revolução, jamais vai acontecer.
Caso houvesse interesse, o custo seria a destruição do modelo político brasileiro e a emergência de uma nova ordem no país.
Os avanços devem ocorrer na margem, aos poucos, e dependentes do acaso, das investigações e do fato de que existem homens e mulheres públicos dispostos a melhorar a qualidade da política no Brasil. Sobretudo a expansão da conscientização política do povo.
Nesta semana está prevista, em Brasília, uma marcha contra a corrupção. Veremos se representará um ponto de inflexão no tema para a sociedade brasileira ou se será mais um episódio isolado.
Fonte: Brasil Econômico, 06/09/2011
A fonte da corrupção está na intervenção do governo nos negócios. A função do governo, que é o aparelho da violencia, é a produção da segurança, combater a fraude, garantir a propriedade e o livre funcionamento do mercado. Ele é essencialmente uma instituição política que visa, com o uso da força ou sua ameaça, pemitir a pacifica convivencia entre os individuos. Dar-lhe função econômica, como tem ocorrido, é todo o erro que se comete e que dá origem, entre outras coisas, a corrupção. parte 1
No campo da segurança, se o governo protege o mais fraco contra a violencia do mais forte ele está fazendo um trabalho construtivo. Porem não é a mesma coisa se ele interfere na economia. Neste caso ele cria grupos de privilegiados que passarão a lutar entre si para mantê-los e amplia-los, sem se importar com quem perde. Como a causa da corrupção parece distante para o cidadão da rua, o maximo que ele pode reagir é contra os eventuais ganhadores destes privilégios e nunca contra sua causa.part 2
A fonte da corrupção é o proprio estado ou governo que amplia sua esfera além da segurança que deve prestar em favor da propriedade e do livre jogo do mercado. O que fazer? Diminuir o tamanho do estado. O estado ou governo deve ficar restrito a sua tarefe de produção da segurança, limitado constitucionalmente, observado por seus cidadão para que não transgrida este limite. A classe política,a verdadeira representação popular, tem como função apenas a supervisão de suas contas.