O Brasil tem uma das maiores taxas de juros do cartão de crédito do mercado internacional. A taxa média cobrada pelas operadoras é de 238,30% ao ano. Na Argentina, os juros do cartão giram em torno de 50% e nos Estados Unidos, entre 16,89% ao ano. Para reverter este quadro, os bancos públicos e privados estão reduzindo as taxas de juros dos cartões de crédito. A média de juros caiu de 11% para 5% ao mês.
Os juros elevados foram a solução encontrada por bancos e administradoras de cartões para enfrentar a inadimplência dos consumidores mantendo, ao mesmo tempo, os parcelamentos sem juros, que ocuparam o lugar dos cheques pré-datados.
Na visão do economista e especialista do Instituto Millenium Rubem de Freitas Novaes a redução dos juros pode ter efeitos adversos. “Pode haver uma queda da inadimplência resultante da queda dos juros. Mas também pode ocorrer um aumento da inadimplência em virtude da ampliação do volume de operações de crédito”, explica.
O economista explica que a medida trará alterações para a rentabilidade dos bancos, mas os resultados líquidos só poderão ser medidos futuramente. “É óbvio que cobrando menos ganha-se menos, por outro lado, mais operações de crédito podem ser feitas com a queda da taxa de juros”.
Atento ao rumo da economia brasileira, o especialista criticou os estímulos do governo para a ampliação do consumo. “A dita ‘nova classe média’ já está muito endividada. Estamos entrando em uma faixa perigosa em que a ênfase do governo deveria estar na produção e não no consumo”, conclui.
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