Blog do (Ricardo) Noblat, do “Globo online”, destaca matéria do jornal ” Folha de São Paulo” que coloca Dilma Roussef entre os planos de Lula para o retorno da CPMF e o empresariado, que deve pressioná-la a não retornar com o imposto.
Leia:
Caminho para imposto ficará mais fácil em 2011
Dilma não vai escapar da cobrança do empresariado, que espera dela a redução de tributos
Valdo Cruz
O presidente Lula já deu uma primeira mostra de como pode atuar num futuro governo Dilma quando defendeu publicamente a recriação da CPMF, o antigo imposto do cheque.
Nos temas espinhosos e de interesse de sua pupila, ele tende a se expor e comprar brigas. Afinal, fora do governo, fica mais livre para atuar nessa linha sem se preocupar com repercussões na sua popularidade.
A presidente eleita, Dilma Rousseff, do seu lado, seguirá mais na retaguarda nessa fase inicial, buscando dividir com outros atores a responsabilidade pelas negociações sobre uma nova fonte de financiamento da saúde.
Principalmente ela, que foi orientada por sua equipe durante toda a campanha presidencial a evitar o tema. Não só isso mas também a prometer que, ganhando a eleição, ela não elevaria a carga tributária.
No início, Dilma chegou até a escorregar e defender a volta da CPMF, imposto derrubado pela oposição durante o governo Lula. Depois, seguiu o roteiro traçado por seus assessores ao pé da letra e fugiu do assunto.
Daí que não pegaria nada bem sair defendendo abertamente mais impostos logo após ser eleita. Assim se comportou na entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto, onde apareceu ao lado do presidente Lula.
Nas entrelinhas, contudo, a futura presidente emite sinais de que se interessa pelo tema e vai estimular o debate. O mesmo teatro é encenado por seus assessores, que fazem questão de dizer que são os governadores os principais interessados, mas não descartam a medida.
A ideia, porém, fica para uma segunda etapa. Mais precisamente no próximo ano, quando um novo Congresso, bem mais amigável ao governo, tomará posse. O caminho ficará mais fácil. Hoje, sem maioria no Senado, seria quase impossível.
Dilma não escapará, porém, das cobranças do mundo empresarial, que dela espera não aumento de impostos, mas redução. Não só da carga tributária mas também de gastos públicos.
Fonte: O Globo online, 09/11/10
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