O eleitor que está acompanhando a pré-campanha presidencial desde maio já sabe o que pensam Jair Bolsonaro, Marina Silva, Ciro Gomes e Geraldo Alckmin em temas como acesso às armas, reforma trabalhista e privatização de estatais. Rasas ou não, existem sim algumas propostas na mesa, além de equipes constituídas há tempos para planejar os programas de governo da disputa pelo Planalto.
Já o Rio não teve uma pré-campanha no mesmo período. Paes postergou seu anúncio como candidato até o último minuto possível para adiar ao máximo a necessidade de explicar os esqueletos do passado. Com isso, o debate de ideias para o futuro está atrasado. Afinal, o que pensam Paes, Romário, Anthony Garotinho e Indio da Costa sobre o estado? Como pretendem reverter o colapso das contas públicas? Que saídas apresentam para a crise econômica fluminense?
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Paes elegeu a segurança pública como uma de suas prioridades. O ex-prefeito sempre foi um crítico nos bastidores da atuação do ex-secretário José Mariano Beltrame. Chegou a dizer em determinados momentos que, caso virasse governador um dia, ele próprio assumiria a secretaria de Segurança. Na semana passada, chamou de “necessária” a intervenção federal na área. A medida, no entanto, não será eterna e haverá um mandato de 2019 a 2022 pela frente. Afinal, o que pensam Paes, Romário, Garotinho e Indio sobre operações em favelas, patrulhamento nas ruas, distribuição de efetivo policial e estratégias de combate ao tráfico e milícias?
Constatação: a pouco mais de dois meses da votação, o eleitor fluminense desconhece por completo o repertório de propostas dos principais postulantes ao Palácio Guanabara.
Fonte: “O Globo”