Foto: Leonardo Sá/Agência Senado
O Banco Central reduziu a alíquota do recolhimento compulsório sobre recursos a prazo de 31% para 25%, informou a autoridade monetária nesta quinta-feira. A redução da alíquota representa uma liberação de R$ 49 bilhões, com efeito a partir de 16 de março.
Os compulsórios são a parcela dos depósitos que os bancos são obrigados a manter no BC. Na prática, a redução da alíquota significa que as instituições financeiras terão mais dinheiro para emprestar aos seus clientes.
Após o anúncio, o dólar abriu em alta e bateu recorde das cotações máximas em pregão, a R$ 4,3871. Investidores também estão de olho no exterior e nos efeitos do coronavírus.
A medida anunciada pelo BC faz parte da Agenda BC#, no pilar competitividade, no âmbito da ação “redução estrutural dos recolhimentos compulsórios”, diz a nota.
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O diretor de política monetária do BC, Bruno Serra, dará entrevista coletiva nesta quinta-feira, às 10h30, para detalhar a medida.
Segundo a nota, além de reduzir a alíquota de compulsório, o BC aumentou a parcela dos recolhimentos compulsórios considerados no LCR (Indicador de Liquidez de Curto Prazo).
Isso significa uma redução estimada em mais R$ 86 bilhões na necessidade de as instituições carregarem outros ativos líquidos de alta qualidade necessários para o cumprimento do LCR.
Reserva mínima
A crise financeira internacional de 2008 evidenciou que o risco de liquidez, notadamente nos sistemas financeiros das economias avançadas, não estava devidamente mitigado, segundo o BC.
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Como aperfeiçoamento das regras prudenciais, foi introduzido o indicador de Liquidez de Curto Prazo (LCR), que passou a ser adotado no Brasil em outubro de 2015.
O LCR determina que as instituições devem manter uma reserva mínima de ativos líquidos para absorverem choques em cenários de estresse de liquidez.
“Os recolhimentos compulsórios podem, por sua vez, servir como mecanismo de incentivo à redistribuição de liquidez no sistema e de suporte à estabilidade financeira, como ocorreu ao longo da última década”, diz a nota.
O BC ressalta que as medidas “são consistentes com as regras prudenciais internacionalmente recomendadas e a manutenção da estabilidade financeira do Sistema Financeiro Nacional, apenas mitigando sobreposições entre os instrumentos”.
Fonte: “O Globo”