Responsável pela articulação entre o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, disse ao “Estadão/Broadcast” que o déficit da Previdência é “trágico”, mas pode ajudar no convencimento dos parlamentares para aprovar a reforma da Previdência. O ministro negou qualquer possibilidade de adiar a votação para depois das eleições, em novembro, como vem sendo aventado internamente no governo.
Estadão – O déficit de R$ 268,8 bilhões nas contas da Previdência Social ajudar na aprovação da reforma?
Carlos Marun – São números trágicos. Previsivelmente trágicos. Eu espero que ajude a aprovar. É uma realidade. Temos esse déficit. Um País com esses números não tem futuro. Você botou hoje mais de 268 bilhões de razões para votarmos a favor da Previdência. Acho que isso pode ser significativo.
Estadão – Integrantes do governo já colocam a votação para novembro. É isso?
Marun – Não existe essa possibilidade. Inclusive situações como esta (déficit) nos torna ainda mais convictos de que não pode existir um plano B. Só existe plano A: aprovar a reforma em fevereiro. Estamos trabalhando, buscando a conscientização da sociedade e dos parlamentares, buscando a pressão da sociedade, incentivando setores da sociedade a pressionar os parlamentares no sentido de que o voto favorável aconteça. Vamos continuar trabalhando e a partir do momento em que os deputados chegarem (a Brasília) vamos conversar pessoalmente.
Estadão – Vai pressionar os parlamentares como?
Marun – Pressionar é pedindo o voto para a Previdência. Não pressionar de outra forma, com constrangimento e esculhambação. Não, pressionar pedindo votos. Os parlamentares ainda não estão aqui (em Brasília), nossa estratégia permanece a mesma. Conversar com quem estiver por aqui e atuar; o presidente Rodrigo (Maia) vai estar à frente da Presidência (da República) nesses dias, é um dos baluartes da reforma. Vamos avançar.
Fonte: “O Estado de S. Paulo”
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