A livre manifestação pública é uma condição essencial para o colorido florescer da democracia política. Todavia, quando a manifestação se torna violenta, a liberdade deixa de ser livre e passa a estar dominada pelas amarras da ilicitude. E o ilícito, por melhor que seja a intenção, não passa de um erro injustificável. Portanto, democracia e violência são termos antitéticos e incomunicáveis. No caminho da evolução civilizatória, a humanidade fez do cumprimento da lei uma condição obrigatória para a paz social e ordem pública. Quando a desordem e o medo se instalam, é sinal de que entramos em curva de retrocesso, fragilizando as regras do jogo (legalidade) e colocando em risco o equilíbrio institucional da democracia.
Depois de muitos usos e abusos, surgiu o primeiro corpo. A estúpida morte do cinegrafista Santiago Andrade – pai, trabalhador e homem de família – é o retrato de um país que começa a perder o rumo. Infelizmente, alguns lucram com a balbúrdia e a plantação do medo na sociedade brasileira. Tanto é verdade que o advogado dos indiciados pelo delito, em entrevista ponderada e esclarecedora, afirmou que muitos jovens recebem dinheiro para irem às ruas e fazerem barulho. Ora, senhoras e senhores, estamos diante de manifestações falseadas. Não são manifestações democráticas, pois democracia autêntica se faz com a gratuidade do idealismo político e da consciência cívica intemerata.
O que explode nas ruas do país não passa de produtos comprados por gente interessada em agredir a democracia brasileira. A situação é grave e exige uma imediata investigação policial para a urgente identificação de tais financiadores do crime. Não vamos ser ingênuos. O poder corrompe e pelo poder tem gente que é capaz de tudo. Ainda ontem na história da nação, foi desbaratado um esquema corrupto para compra de políticos venais com vistas a garantir a maioria no seio parlamentar. Com a denúncia, veio o devido processo legal e, ao final, a condenação penal dos acusados. Ao invés de aceitar a ordem judicial, erguem punhos cerrados ao alto como se, antes de bandidos, fossem heróis; esquecem, no entanto, que causas profanas apenas geram heroísmos levianos. Aliás, a democracia não precisa de heróis, mas apenas de políticos sérios e decentes.
O Brasil está começando a ficar bagunçado e isso, definitivamente, não é bom. Vamos abrir os olhos. A situação é clara: não temos escolas, hospitais e segurança pública, mas o governo tem dinheiro para ajudar Cuba e seus amigos fantasiados de democratas. Além de sermos tratados como idiotas, agora querem nos expulsar das ruas através do financiamento da violência urbana. É hora de colocarmos um freio nessa gente tacanha que pensa que pode tudo. Santiago Andrade se foi. Poderia ser qualquer um de nós. Até quando vamos permitir o falseamento da democracia brasileira?
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