Além de zerar provisoriamente os tributos federais sobre o diesel, o governo tem procurado maneiras de favorecer o trabalho dos caminhoneiros. Entre as medidas que devem entrar em vigor ainda neste ano, estão a redução de taxas de descontos e a diminuição do consumo da renda líquida. Há, também, a proposta de reduzir a burocracia por meio do Documento de Transporte Eletrônico (DT-e), além da parceria do governo com as fintechs para viabilizar o processo.
Atualmente, do valor total pago pelo frete, apenas cerca de 13% fica com o caminhoneiro e boa parte do restante vai para as mãos do intermediário, ou seja, da empresa de transporte. O subsecretário de Direito Econômico do Ministério da Economia, David Rebelo Athayde, explicou que “o esperado é gerar eficiência para esse mercado utilizando o mercado financeiro para reduzir esse custo de financiamento do caminhoneiro e, assim, aumentar a renda líquida dele”. Ouça o podcast!
A diminuição das questões burocráticas também tem sido aguardada pelo segmento, pois para que o caminhoneiro exerça seu trabalho, há a exigência da emissão de uma série de documentos. Com o DT-e, existe a possibilidade de reunir tudo em um só local, trazendo benefícios como a simplificação da documentação do frete e a formalização do trabalho dos autônomos.
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David explica ainda que estão sendo discutidas formas para que o DT-e também sirva como documento oficial de transporte, que poderá ser usado como recebível para uma operação de antecipação de frete. E, enquanto o instrumento não é totalmente implantado, estão sendo pensados outros modelos para a simplificação.
Diante de todas essas possibilidades, a parceria do governo com fintechs é importante pois, além de gerar benefícios ao caminhoneiro, promove a expansão do mercado de crédito.
“Esse mercado tem muito a ganhar com as fintechs. Cada operação geral no mercado de frete gira em torno de R$16 mil e são operações muito frequentes. E talvez um banco muito grande não tenha escala para fazer uma linha de crédito com valor de ticket médio baixo e tão frequente. As fintechs já têm uma estrutura de operação muito mais ágil e racional”, ressaltou.
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Uma série de ganhos deve surgir quando o modelo for colocado em prática. “Além dos caminhoneiros, outros setores podem ser beneficiados. Um produtor rural, pessoa física, por exemplo, pode acabar se espelhando nesse processo. Há uma gama de outros profissionais que precisam de simplificação e podem replicar esse modelo em suas atividades”, afirmou.
O processo como um todo, pode resultar em verdadeiros benefícios para economia brasileira. A desburocratização e as possibilidades de aumento da renda dos caminhoneiros devem afetar positivamente diversos outros setores, gerando crescimento e promovendo o desenvolvimento do país.