O Olist, plataforma de gestão e performance para venda em marketplaces, 45 deles são desenvolvedores — nenhum deles com mesa na empresa. Eles trabalham remoto e estão espalhados por quase todos os estados do país (menos Acre e Amazonas). Segundo Tiago Dalvi, fundador da empresa, esse “time virtual” tem sido um dos pilares do crescimento da empresa nos últimos anos.
Tiago está no RD Summit 2018, evento de marketing digital e vendas, promovido pela Resultados Digitais, que acontece em Florianópolis (Santa Catarina) até a próxima sexta-feira.
Veio encontrar amigos empreendedores e, principalmente, trocar ideias sobre produtos inovadores. O empreendedor, que fundou o Olist há pouco mais de três anos em Curitiba (PR), falou exclusivamente com “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”.
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O Olist optou por esse tipo de trabalho por três razões. A primeira é pela qualidade dos profissionais. “Desenvolvedores qualificados e com grande capacidade técnica estão espalhados pelo país”, diz. “Então, temos que ir em busca deles. Só assim é possível fortalecer nosso desenvolvimento de produtos.”
A segunda razão é pela produtividade, afirma Dalvi. Programadores que trabalham remotamente conseguem ter um desempenho melhor do que no escritório. “A rotina de uma empresa tem muita interrupção”, afirma. “Quando estão em casa ou em um coworking, os desenvolvedores conseguem ter mais concentração e foco maior. O resultado final dos produtos é bem melhor.”
O último é em relação ao convencimento de trazer o profissional qualificado para a empresa. Segundo Dalvi, quando ele mora em outra cidade, convencê-lo a mudar é uma negociação difícil e cara. “Há uma razão. Ele não quer sair de Nordeste, por exemplo, para vir para o Sul”, diz. “Com a possibilidade do trabalho remoto, a negociação fica mais atraente para o desenvolvedor”.
Desafios
Dalvi explica que ele tinha preconceito ao trabalho remoto. “Eu achava que não ia funcionar”, diz. Ele foi convencido pelos gestores da área de desenvolvimento do Olist e, em pouco tempo, mudou de ideia sobre o trabalho virtual. “Os resultados qualitativos dos desenvolvedores eram excelentes”.
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Times virtuais de desenvolvimento ainda não são comuns no mercado. O Olist é uma das pioneiras do país nesse tipo de trabalho com a área de desenvolvimento – geralmente, os desenvolvedores ficam in loco parar dar mais agilidade ao processo. “Como projeto está dando certo, estamos ajudando a comunidade a escrever um guia para trabalho remoto com desenvolvedores”, diz.
Quem quiser embarcar nesse método de trabalho, explica Dalvi, precisa seguir uma série de regras. “Os processos precisam ser bem definidos, os horários flexíveis (mas, depois de combinados, seguidos à risca) e ter um canal de aberto de comunicação permanente e transparente”. A razão é simples. Problemas vão acontecer no dia a dia e eles precisam ser resolvidos.
Uma das coisas que Dalvi tem feito para deixar tudo às claras – e evitar crises – é fazer uma reunião com todos os funcionários às quintas-feiras. “Os desenvolvedores também participam. E ali, alinhamos metas, respondemos questões do dia a dia, estabelecemos melhores processos”, diz. “Todo mundo fica por dentro do que acontece na empresa, mesmo os que não estão fisicamente lá”.
Fonte: “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”