Criada em 2012, a Fábrica de Startups já soma mais de 2 mil empreendedores apoiados no mundo. Em 2017, a aceleradora, atuante em Portugal e Macau, iniciou suas operações no Brasil com o objetivo de criar o maior “hub de empreendedorismo, inovação e tecnologia do Rio de Janeiro”. A empresa inaugura em breve sua sede no Porto Maravilha e pretende gerar mais de R$ 50 milhões em negócios logo no primeiro ano de trabalho. Recebida pelo presidente-executivo Hector Gusmão, a equipe do Instituto Millenium conheceu mais sobre essa metodologia inovadora. Assista!
O projeto trabalha simultaneamente com grandes empresas e empreendedores, criando ambientes de negócios. A proposta é resolver os desafios e melhorar os resultados das corporações já consolidadas no mercado através de startups que são prospectadas e aceleradas, como explicou Gusmão:
“Nossa metodologia tem nove etapas, desde a fase da conceituação da ideia até a de escala da startup, onde ela ganha novos mercados, podendo até internacionalizar. O trabalho da Fábrica também contempla a aproximação das grandes empresas com as startups de uma maneira muito focada em resultados. Por isso, trabalhamos com as corporações em tempos médios de 12 meses. Ao longo desse período, estamos estruturando para que elas saibam lidar com a startup, dando início ao relacionamento com ganhos práticos para o negócio”.
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No Brasil, a expectativa é que a Fábrica trabalhe com 130 startups e 10 corporações ao ano. Todo o processo não onera o empreendedor, possibilitando que ele cresça sem que haja a necessidade de abrir mão de parte da sua operação. Segundo Hector, 30% dos projetos que passam pela aceleração fazem negócios com essa grande empresa, que vão desde o fornecimento da sua solução, passando por uma parceria estratégica ou até mesmo investimentos e compra. Durante todo o período, a startup ingressa em um ambiente de infraestrutura e conta com o apoio de equipes de profissionais, mentores e parceiros que ajudam a melhorá-la, oferecendo o melhor produto possível às corporações, clientes da Fábrica.
Héctor falou sobre as particularidades do ambiente empreendedor do Brasil na comparação com outros países. Para ele, o mercado brasileiro tem melhorado, mas ainda é incipiente. Deste modo, falta um amadurecimento dos empreendedores para criar negócios escaláveis e bem-sucedidos. Além disso, a burocracia também é apontada como entrave:
“O fato de termos trazido a Fábrica para cá é porque acreditamos que o Rio de Janeiro pode passar pelo mesmo movimento de Portugal. O país europeu conquistou muitos resultados interessantes quando identificou que fomentar o ambiente empreendedor para atrair negócios digitais e, consequentemente, gerar emprego e renda era o melhor caminho. Confiamos que isso vai acontecer na cidade, através de empreendimentos que respondam a desafios e necessidades do mercado, mas que também resolvam problemas estruturais, seja na mobilidade, segurança ou educação”.