As “vaquinhas virtuais” ou “crowdfunding” tornaram-se uma boa opção para os políticos arrecadarem doações para as campanhas eleitorais deste ano, já que o Supremo Tribunal Federal (STF) proibiu contribuições de empresas para o financiamento partidário. Isso é possível pois, em dezembro de 2017, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) regulamentou a modalidade através da resolução 23.553. De olho nessa novidade, os curitibanos Luiz Felipe Bazzo, Pedro Wolff e Gabriel Kaio criaram a startup Confia Brasil, com o objetivo de arrecadar doações de pessoas físicas para candidatos. Ouça!
Em entrevista ao Instituto Millenium, o sócio fundador Luiz Felipe contou como surgiu a primeira plataforma deste tipo de arrecadação no Brasil: “Com a minirreforma eleitoral em outubro do ano passado e as novas resoluções para as eleições, eu notei a oportunidade de contribuir para aqueles que desejam realizar campanhas mais limpas, transparentes e participativas. Então, decidido a inovar o processo eleitoral, juntamos uma equipe que já organizava um financiamento coletivo voltado para o mercado de investimentos e criamos a Confia Brasil”.
Veja mais
App “Poder do Voto” quer aproximar o eleitor do Legislativo
Livro ajuda o cidadão comum a entender os desafios do país em ano eleitoral
A plataforma funciona de forma totalmente intuitiva, permitindo que cada pré-candidato crie sua própria página personalizada e divulgue através dos veículos de comunicação. A emissão dos recibos será monitorada através de um painel com vínculo direto ao Sistema de Prestação de Contas Eleitorais (SPCE), programa desenvolvido pela Justiça Eleitoral, e as doações poderão ser feitas a partir do dia 15 de maio. No entanto, há um limite mínimo para doações de 10% sobre os rendimentos brutos auferidos no ano anterior, e o limite máximo de doação diária de até R$ 1.064,10. Caso a candidatura seja indeferida, a empresa fará a devolução dos recursos financeiros para cada um dos doadores.
Segundo o cofundador, o programa pretende potencializar o engajamento do eleitorado com o meio político para que possam cobrar com mais legitimidade os candidatos. Para tanto, a plataforma disponibiliza vídeos, artigos e atualizações sobre o processo eleitoral.
“Os eleitores recebem comunicados com conteúdo direcionado, fugindo das poluições das redes sociais. Acreditamos que com a possibilidade de cada um de nós contribuir não só com o voto, mas também com o financiamento de campanhas, tornamos os pré-candidatos mais dependentes da população. Em contrapartida, eles têm que prestar maior serviço e esclarecimentos, e dessa forma, trazemos mais transparência e praticidade para o processo eleitoral “, diz.