O setor do Agronegócio é um dos mais importantes para a economia brasileira. Assim como diversos segmentos, o Agro também tem sido impactado por alterações de paradigma na política econômica, causadas pela aprovação de relevantes reformas, como a MP 881, e as mudanças previdenciárias e tributárias, ainda em fase de discussão. Este foi o tema do hangout promovido nesta terça-feira, pelo Instituto Millenium. Assista na íntegra!
Convidados pelo Imil, os especialistas Sergio Luiz Bardella Aratangy, CEO da Damha Agro; Luiz Gustavo Silva, CEO da Fiagril; e Samanta Pineda, advogada especialista em direito socioambiental discutiram sobre o tema em transmissão ao vivo. No rico debate, os convidados, que vivenciam de perto as experiências e desafios do Agro, deram seu ponto de vista sobre o impacto dessas reformas e as expectativas para o futuro do setor.
Luiz Gustavo defendeu a importância da liberdade para a prosperidade de uma economia. Segundo ele, o Agronegócio é uma das áreas com menos interferência do Estado, o que pode justificar o sucesso deste segmento no país. Neste sentindo, as mudanças proporcionadas pela MP 881, conhecida como MP da Liberdade Econômica, foram elogiadas. “Tem aquela parte das licenças com prazo máximo, quer dizer, antes o governo não tinha um prazo. Agora, ele precisa se pronunciar até certo tempo, se isso não ocorrer, a licença é dada automaticamente. Isso é muito bom porque tem coisas que demoravam dois, três anos para sair. A desburocratização criada, podendo utilizar o documento digital ao invés de um monte de papel. Enfim, precisamos criar condições para aumentar o valor agregado dos nossos produtos”.
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Para os participantes, muitas das medidas tornam mais fácil ser produtor no Brasil. Outro ponto de destaque foram as melhorias na logística para o escoamento da produção, com intervenções em estradas e outros meios de transporte.
No debate, os especialistas também ressaltaram o trabalho de abertura comercial nos últimos meses para o Agronegócio. “Acho realmente que estão sendo costurados grandes acordos, como o de Paris, temos algumas coisas na parte da carne também que têm sido muito boas, e ela (Tereza Cristina, Ministra da Agricultura) tem olhado muito para isso e conseguido, sem dúvida, sair um pouco do Mercosul e olhar nossos clientes na Europa e na Ásia de uma forma bem prática, pragmática, e colocando na mesa o que realmente interessa para gente. Eu acho que vai fazer diferença para as vendas no Brasil”, acredita Sérgio.
Outro tema em pauta no debate foram as mudanças que uma reforma tributária trariam ao Agro. Samanta ressaltou os benefícios de uma possível desburocratização. “Nosso custo de produção é muito alto. Do ponto de vista ambiental, por exemplo, nenhum outro país do mundo tem reserva legal. Às vezes, nas grandes áreas de reserva, há a necessidade de ter uma pessoa para cuidar só dela, para que ninguém roube madeira, cace, ou coloque fogo; Outro ponto são os licenciamentos. Querendo ou não, é uma atividade totalmente licenciável, e as licenças são muito demoradas, morosas, caras, então baixar esse custo de produção com a desburocratização simplificando a forma de estar em dia com o Fisco, acredito, talvez possa até reduzir o número de funcionários ou não teremos mais a necessidade de contratar uma empresa específica para fazer esse tipo de trabalho. Acho que isso vai acabar refletindo no custo quando colocamos em cadeia”.