“O economista, no Brasil, é mal formado”, afirma o professor de economia e conselheiro do Instituo Millenium, Vítor Wilher. E, para ele, a culpa é dos professores e profissionais do mercado que teimam em debater “ortodoxia versus heterodoxia”, dicotomia que estampa os jornais e tira o foco nos grandes problemas do país, acredita.
No dia 5 de abril, em palestra promovida pelo Imil na Sala de Aula, na PUCRS, em Porto Alegre, Wilher explicou a diferença dos conceitos e traçou um panorama sobre o pensamento heterodoxo no país, que domina os cursos de Economia das universidades brasileiras e, segundo ele, dá pouca ênfase em ferramentas para lidar com a evidência empírica: “A gente ainda tem ideia, no Brasil, de que a inflação pode ser controlada com o controle de preços. Fizemos isso recentemente”, critica, usando como exemplo o pensamento econômico da ex-presidente Dilma Rousseff.
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Durante a conversa com estudantes, o especialista apontou mudanças nas grades curriculares do ensino de Economia e falou sobre importantes ferramentas que podem auxiliar na formação de um economista, bem como fazer com que mais artigos econômicos brasileiros sejam publicados para a comunidade científica internacional: “A gente tem Marx I e II, mas não tem econometria I, II e III”.