Não bastassem os aumentos de preços do arroz, feijão, óleo de soja e açúcar, agora estamos ameaçados de pagar muito mais pelo cafezinho nosso de cada dia. A estiagem e o calor provocaram perdas de até 40% na produção de diversas regiões cafeicultoras.
Quando isso ocorre, há os que dizem que muita ou pouca chuva, calor ou frio intenso fazem parte do jogo. Em parte, eles têm razão. Mas o jeito como temos lidado com nossas florestas e mananciais de água torna tudo mais preocupante. São Paulo já foi a terra da garoa. Nesta primavera, registrou dias seguidos com temperaturas máximas superiores a 37ºC.
Se as autoridades não protegem o meio ambiente por respeito à natureza, deveriam, no mínimo, perceber que o custo da devastação, mais dia menos dia, chega ao bolso e à mesa.
+ Deseja receber conteúdos exclusivos? Associe-se e se torne membro do Clube Millenium
E a luz amarela para a fome no Brasil já foi acesa, segundo o economista Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência contra a Fome e representante do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PMA) no Brasil. Esta agência, que Balaban representa no Brasil, ganhou o Prêmio Nobel da Paz devido aos esforços para combater a fome.
Fonte: “Estadão”, 12/10/2020
Foto: Reprodução Estadão