“O governo tem uma conta que não fecha”. A avaliação é de Gil Castello Branco, especialista do Instituto Millenium e fundador do Contas Abertas. Para ele, a magnitude do rombo – cujo limite foi fixado em R$ 159 bilhões nesta terça-feira – e o desequilíbrio do orçamento brasileiro são questões difíceis de serem resolvidas devido à natureza obrigatória de 90% dos gastos do orçamento, que dependem de autorização do Congresso Nacional para serem cortados.
Em conversa com o Imil, o especialista critica a dualidade do discurso austero do Planalto, que não contribuiu com relevância para o enxugamento da máquina pública: “Alegando ser negociação do governo anterior, assim que Temer assumiu foram concedidos uma série de aumentos à base do funcionalismo e também para algumas carreira de Estado. Aumentos inclusive escalonados até 2019”, analisa.
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Quanto ao orçamento, porém, Gil acredita que a solução precisa passar por reformas como a da Previdência, que contribuam de fato para a redução das despesas e do limite do rombo. Para ele, o cumprimento da nova meta dependerá do corte gastos do Executivo, Legislativo e Judiciário e de receitas extraordinárias, como “novas concessões de aeroportos, a venda da participação da Infraero em empreendimentos e leilões de hidrelétricas e de campos de petróleos”.
Para dimensionar o tamanho do rombo, o especialista lembra que em 2016 o governo federal gastou R$ 116 bilhões com a saúde, ou seja, valor inferior ao déficit previsto. Ouça!
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