A dica de leitura da semana é o livro A Moeda e a Lei, de Gustavo Franco. A obra explica a transformação do dinheiro através das décadas, perdendo seu vínculo com a natureza e metais, como o ouro e, por fim, tornando-se uma convenção social: não palpável e abstrata.
Com o lançamento do Pix essa semana, o crescimento acelerado das Fintechs e de diversas instituições financeiras, o livro não poderia ser mais atual.
Leia mais:
Pix movimentou R$777,3 milhões em transações no dia de estreia
Pix promete trazer grande transformação nos meios de pagamento
Sobre o Livro:
Uma história das instituições monetárias do Brasil, um retrospecto de nossos excessos – cujas expressões mais flagrantes são os zeros na moeda. Em 1933, na maior parte do mundo, o dinheiro perdeu seus vínculos com a natureza. De moedas de ouro, prata e outros metais, tornou-se apenas uma convenção social: uma criatura da lei. Desde então a humanidade busca controlar os poderes que essa inovação liberou. A experiência monetária brasileira pode não ter paralelo no mundo, seja pelo difícil relacionamento de nossa moeda com as de outros países, seja pelo tumultuado processo de constituição de um banco central com plenas funções ou ainda seja pela longa, intensa e complexa convivência com a inflação. Tudo é superlativo nesse trajeto em que o Brasil teve oito padrões monetários, cinco congelamentos, confiscos pequenos e grandes, crises sem limite, euforias idem e batalhas épicas para ordenar a moeda nacional e evitar abusos fiscais e financeiros, bem como para estabilizar o seu poder de compra. Gustavo Franco, um dos mentores do Plano Real e ex-presidente do Banco Central, tem grande autoridade para contar essa história. Ele analisa, em nove capítulos, a experiência inflacionária; a lei monetária; os mistérios da regulamentação do câmbio; os processos de criação e captura do Banco Central; a produção da hiperinflação; os planos econômicos heterodoxos; o Plano Real; a evolução institucional cumulativa; e o problema da taxa de juros. Todos acontecimentos de grande atualidade, pois, as dúvidas que governam essa história continuam muito vivas. Como se estivéssemos presos há décadas em um mesmo enredo, às vésperas de uma fórmula ideal que parece estar logo ali, mas nunca chega.
Sobre o autor:
Gustavo H.B. Franco é bacharel e mestre em economia pela PUC do Rio de Janeiro e Ph.D (1986) pela Harvard University. É estrategista-chefe da Rio Bravo e presidente do Instituto Millenium. Foi presidente do Banco Central do Brasil, diretor da Área Internacional do Banco Central e Secretário Adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, entre 1993 e 1999. Gustavo Franco participa de diversos conselhos consultivos e de administração e escreve regularmente para jornais e revistas. É professor do Departamento de Economia da PUC desde 1986. Tem 14 livros publicados e mais de uma centena de artigos em revistas acadêmicas.