Liberais são, antes de tudo, céticos. E, por isso, cansaram de acreditar nas promessas de políticos, incluindo o tão repetido chavão da “educação pública, gratuita e de qualidade”. Apesar dos aumentos de investimentos, a escola pública brasileira segue sendo a maior fonte de propagação de desigualdades em nosso país. O rico e a classe média fogem léguas dela, mas o pobre não tem opção.
O problema não é dinheiro, são os incentivos que tornam a gestão do setor privado mais eficiente, o que beneficia quem pode pagar por isso. E, por que não permitir que os pobres também possam escolher uma educação melhor? Essa é a proposta do livro “Vouchers na Educação – O pobre e o rico na mesma escola”, de Marcos Ricardo dos Santos.
Com uma combinação bastante equilibrada de elementos de economia, de ciência política e de públicas, o livro conduz o leitor, de forma muito fluida, por uma experiência nova que o fará repensar conceitos normalmente tidos como inquestionáveis. Trata-se, sem dúvida, de uma proposta mergulhada em polêmicas e que desafia frontalmente a tradição escolar brasileira, colocando em xeque o status quo acadêmico no campo da educação. Ficou curioso? Só lendo o livro para entender.
Esta obra está na bibliografia de nosso último Millenium Paper, “Grandes Mestres Fazem Grandes Diferenças? – Valorizando a contribuição do Professor para o desempenho do Aluno da Educação Básica”, e vale a pena ser lida.