Ele participa da CAE do Senado para tentar evitar que a Casa coloque em votação o projeto que obriga o governo a regulamentar em 30 dias a lei do indexador da dívida
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, disse nesta terça-feira, 31, em sua primeira fala na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado, que o diálogo com Estados e municípios é muito importante. Ele participa da comissão justamente para tentar evitar que a Casa coloque em votação o projeto que obriga o governo a regulamentar em 30 dias a lei do indexador da dívida dos Estados e municípios.
“A retomada do crescimento vai depender em grande parte também da ação dos Estados e municípios”, afirmou. “O próprio nome do País diz que é a República Federativa do Brasil”, ressaltou. Ele disse que é uma honra participar da audiência pública na comissão onde se discutem os assuntos mais importantes do País.
Para Levy, o ajuste fiscal é necessário não só para evitar os problemas atuais, mas para “pavimentar o caminho para frente, em que se valorize as conquistas sociais”. Ele afirmou que, em sua fala, explicará os motivos do ajuste fiscal e, ao final, comentará a questão do ICMS.
“Reputo [as discussões em torno do ICMS] como um dos fatores primordiais para a retomada econômica e do ambiente de confiança para investidores. O investidor de carne e osso tem que escolher o lugar, se estabelecer, conhecer as regras antes de levantar os muro da fabrica”, afirmou, acrescentando que ter segurança é fundamental para que se retome investimentos.
O ministro disse também que o Brasil pode perder o grau de investimento dado pelas agências de classificação de risco caso o ajuste fiscal não seja feito. “Se não fizermos ajuste, ainda existe risco de perder o grau de investimento. O custo será altíssimo para o governo, para as empresas e para o trabalhador”, afirmou.
Levy lembrou que muitos investidores não podem aplicar em países que não têm grau de investimento e que isso teria grande impacto na economia real. “Para preservação do emprego, temos que botar a dívida pública em uma trajetória sustentável, que nos traga para a esquerda (do gráfico apresentado aos senadores). Sempre movendo para a esquerda, né presidente”, disse, em tom de brincadeira.
Fonte: O Estado de S. Paulo
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