O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quinta-feira que os recursos destinados a estados e municípios para combater o novo coronavírus não podem ser destinados para o aumento de salário de servidores públicos. Isso seria, de acordo com Guedes, “demagogia” e “farra eleitoral”. O ministro também afirmou que funcionários públicos que pedem reajuste querem “assaltar” o Brasil.
– O dinheiro da saúde não é para virar aumento salarial. É demagogia, é farra eleitoral se for nessa direção. O que o presidente está garantindo é que justamente esse dinheiro que ele está dando para estados e municípios vá para a saúde. E não para proselitismo eleitoral, e não para aumento de salários — disse Guedes, durante videoconferência do presidente Jair Bolsonaro com empresários.
Bolsonaro atrasou a sanção de um projeto de socorro a estados e municípios para viabilizar a aprovação de um reajuste salarial para policiais e bombeiros do Distrito Federal. O texto aprovado pelo Congresso autoriza reajustes de salários de uma série de categorias de servidores.
O presidente prometeu vetar esse trecho, mas adiou sua decisão para dar tempo para a aprovação do aumento aos policiais. Inicialmente, o presidente anunciou que iria sancionar o projeto na segunda-feira. Depois, disse que decidiria até quarta-feira. No entanto, por enquanto, não houve sanção.
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Guedes também afirmou que os funcionários públicos “exemplares” estão preparados para contribuir com o Brasil, mas que “o militante típico” quer “assaltar o Brasil”.
— O funcionalismo público brasileiro está preparado para contribuir. Eles querem contribuir, nós temos recebido em redes sociais apoio a isso do próprio funcionalismo. Funcionários exemplares que o Brasil tem, eles estão apoiando. Agora, o militante típico, o sujeito que está a fim de tocar fogo no circo, esse está aproveitando que o gigante caiu, o Brasil caiu e eles estão indo lá para assaltar o Brasil, para tirar dinheiro do Brasil.
O ministro afirmou que Bolsonaro está disposto a vetar o aumento, mas ressaltou que, caso esse veto seja derrubado pelo Congresso, haverá um “suicídio fiscal”.
— O presidente está disposto a fazer o veto, agora, ele vai fazer o veto, vai ter o custo político para depois os governadores pegarem os recursos e o Congresso derrubar o veto? Em vez de virar o dinheiro da saúde, vira o dinheiro de aumento do funcionalismo. Isso é moralmente errado, isso é tecnicamente um absurdo, é um suicídio fiscal.
Fonte: “O Globo”