O Instituto Millenium consultou o jornalista Dirceu Pio, ex-editor da “Agência Estado”, sobre a privatização (ou concessão) de estradas e rodovias que está sendo implementada pelo governo Dilma e o impacto da medida sobre a infraestrutura e crescimento econômico do país.
Para Pio, a metodologia das concessões é saudável, principalmente porque o governo “meio que desiste” da filosofia pela qual conduziu o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), baseado em investimentos do Estado, para estabelecer um regime de parceria com a iniciativa privada. “Essa formula é mais eficaz”, afirma
“O PAC não avança porque as receitas do governo são sujeitas aos maremotos de diversos fatores, como a corrupção. Está provado que a concessão das rodovias é interessante para o país, só assim temos chance de ter boas estradas. Está provado que o governo não tem condições de fazer manutenção na malha rodoviária do país. A concessão das ferrovias também é muito positiva, mas as metas ainda são muito tímidas: 5.000 Km de ferrovia não são quase nada. No entanto, já é um alento para um país que havia abandonado este tipo de política”.
Ao responder se o pacote de medidas sinaliza um planejamento de longo prazo, Pio não é tão otimista e alerta para as reformas primordiais que ainda precisam ser feitas: “ Acredito que o improviso prevalece mais uma vez. O governo não faz a reforma tributária, faz remendos no modelo fiscal. Não faz planeja, improvisa. Não fomenta a boa política industrial, faz remendos que favorecem setores específicos”.
Como boa política industrial, o jornalista entende o estímulo a indústrias com condições de competir: “ Falta um plano de desenvolvimento a longo prazo do país. os partidos pensam apenas em eleição”, conclui.
Mais
“Privatização envergonhada”, por Carlos A. Sardenberg
“Esperando o empurrão”, editorial do jornal “O Estado de S. Paulo”
Participe da enquete:
As recentes concessões em rodovias, ferrovias e estradas:
abrem nova perspectiva para a infraestrutura no País (28%)
possuem restrições que limitam a eficiência do setor privado (23%)
deveriam se estender a outras áreas (26%)
são um frágil começo para a privatização (23%)
Discordo dessa afirmativa que o governo não tem condições de manter nossas rodovias. Tem sim. O que tá errado na minha opinião é a forma de gerir nossos órgãos que lidam com as rodovias (Ministerio dos Transportes, DNIT, DERs, etc) onde a escolha dos dirigentes são indicações poli´ticas de pessoas despreparadas e que não tem compromisso com a coisa pública. O CREMA adotado pelo DNIT nos ultimos anos é exemplo de sucesso. Outra coisa que vejo errado á ação do TCU/MP/CGU muitas vezes auditores que não tem formação em Engenharia e sem minima experiência mau saído da faculdade chega achando que todo mundo é ladrão. Outro é quando é encontrado algum problema aquela obra pára quando deveria haver uma intervenção e continuar a obra normalmente pois o povo não tem culpa. Na minha opinião o que tá errado é forma do dinheiro chegar ao pagamento da faturas é preciso a empresa ter um lobista em Brasilia, que vai precisar de um deputado ou senador para abrir portas em Brasilia e aí ……
… aí a corrupção corre frouxo. O DNIT criou a fila de pagamento e a divulga. O tesouro Nacional criou a dela? Não. Outro problema sério que trava o fluxo de dinheiro é CAUC a infinidade de obras paradas no país porque o convenente não consegue manter o CAUC limpo é brincadeira, mas esse um problema que está sendo resolvido pois os ministérios só o estão exigindo limpo para assinatura do convenio/contrato. Resolveria o problema financeiro a criação de conta vinculada que quando a obra fosse licitada a união depositaria todo o dinheiro da obra na conta haveria uma execução mais ágil e diante da certeza do recebimento as empresas poderiam dar descontos no valor final da obra. Outra coisa que deveria acontecer nas obras acima do limite de convite (tomade de preço e concorrencia)era que toda obra só seria licitada com projeto executivo, licencia ambiental de instalaçãoe operação e desapropriação e preço global. A conferência do projeto executivo seria uma fase da licitação.
Desculpem ser curto e grosso, mas discordo da matéria e concordo com o colega Manoel Marques, engraçado que nesse país sempre é assim, “ahhh o governo não tem condições de fazer … vamos dar concessão” aí, sempre o contribuinte acaba pagando duas vezes pelo mesmo serviço, afinal de contas o que o governo tem condições de fazer ?? porque segurança, esta uma porcaria, educação uma bomba, saúde uma tragédia, afinal de contas pagamos impostos altíssimos (que diga-se de passagem um dos mais altos do mundo) para que ? ou melhor para quem ?