Há alguns anos o número de brasileiros que investem tem aumentado, inclusive, de acordo com dados divulgados pelo Valor Investe, em 2020, o número de pessoas físicas que investiram na Bolsa de Valores aumentou 52%, o que representa aproximadamente 3 milhões de pessoas.
Com esse crescimento considerável, também aumentam as dúvidas acerca do assunto e a quantidade de gente que sonha em viver de rendimentos, com investimentos que pagam juros mensais.
Para muitos, o sonho pode parecer impossível, assim como jogar na loteria. Mas o assessor de investimentos da Plátano Investimentos, Felipe Franco de Almeida, explica que é possível e qualquer pessoa pode realizar, basta ter metas e objetivos bem definidos. Ouça o podcast!
“O primeiro passo é ter disciplina, conhecer muito bem e ter controle das suas despesas mensais. Na minha visão, qualquer pessoa pode ser um investidor, o importante é ter objetivos claros de onde ela quer chegar, quais são as suas metas de curto, médio e longo prazo”, afirmou.
Diferentemente do que muitos pensam, ter uma renda alta, não é um fator determinante para o sucesso dos investimentos, já que, no longo prazo, o que fará a diferença são a organização e a resiliência.
“Eu gostaria de citar um exemplo de duas famílias, a primeira é uma família com uma renda alta de R$30 mil mensal, bem acima do padrão brasileiro, mas com uma despesa de R$29 mil, ou seja, só sobra para investir, para poupar R$1.000 por mês. A segunda família tem uma renda mensal de R$8 mil por mês, só que essa família tem uma despesa de R$5 mil, então ela poupa R$3 mil. Se colocarmos isso ao longo do tempo, no caso aqui, 10 anos, com rendimento fictício de 1% ao mês, a primeira família terá R$230 mil reais, já a segunda, mesmo com uma renda bem menor, terá quase R$700 mil”, exemplificou.
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Também é importante ter em mente que não existem fórmulas mágicas, o principal é entender quais são as suas despesas mensais, o seu perfil como investidor, que normalmente são divididos entre conservador, moderado e arrojado ou agressivo, e claro, estar comprometido.
“Eu vou citar um livro que na área financeira é um best seller, que é “Pai rico, pai pobre”, do Robert Kiyosaki. Ele diz que primeiro você precisa se pagar, ou seja, você recebe o seu salário, ou seu provento, se for um empresário, e investe o que você definiu. Só depois disso é que você paga os seus outros credores. Não estou dizendo que você não tem que pagar os outros credores, pelo contrário, a regra básica do investidor é ter o juros a seu favor e não contra, mas com esse ponto é possível que o investidor consiga essa renda complementar”, destacou.
De acordo com Felipe, um ponto fundamental para os investidores é “não colocar todos os ovos em uma única cesta”, ou seja, diversificar os investimentos, para que eventuais quedas do mercado não afetem todo capital e ponham em risco todo o planejamento financeiro.
Reserva de emergência
Apesar do grande atrativo do mercado financeiro ser a possibilidade de ganhos, para quem pretende começar agora, a recomendação, antes de qualquer aplicação, é construir a chamada reserva de emergência, que como o nome já diz, é o dinheiro destinado a imprevistos, como doenças, acidentes ou até a perda do emprego.
Felipe explica que o ideal é ter nessa reserva, pelo menos, seis meses do valor de sua despesa mensal. Por exemplo, alguém que ganha R$ 5 mil, e tem uma despesa mensal de R$4 mil, deve reservar no mínimo R$ 24 mil para emergências.
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A sugestão é que para construir esse capital sejam escolhidos ativos com liquidez, isto é, que podem ser sacados a qualquer momento, e também que sejam seguros. “Com a reserva de emergência a preocupação não deve ser a rentabilidade dos investimentos, o importante na hora de escolher esses ativos é observar se eles acompanham a taxa Selic. Alguns exemplos são o Tesouro Direito, títulos de renda fixa pós-fixados na taxa Selic, e também alguns fundos de investimentos que sigam a taxa”, pontuou.
Educação financeira
Aqui no Instituto Millenium sempre defendemos a educação como principal ferramenta de transformação individual, e com a educação financeira não seria diferente, já que ela é fundamental para que nós consigamos assumir o controle de todas as esferas de nossas vidas.
Ainda assim, como aponta pesquisa do SPC, 46% dos brasileiros não controlam os seus gastos. “A educação financeira é essencial para cada indivíduo e deveria fazer parte da grade escolar dos nossos adolescentes, porque quando chegamos na vida adulta não estamos preparados para administrar nosso dinheiro, nossos bens”, finalizou.
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Por isso, se mantenha informado. Hoje, com a tecnologia e internet, é possível ter acesso a um universo de conteúdos gratuitos e de qualidade, que poderão te ajudar não só a investir melhor, mas a entender a importância da independência financeira para a construção de uma sociedade mais livre.