Em pleno século XXI, a violência ainda faz parte da política brasileira em grandes e pequenas cidades do país. Reportagem publicada pelo jornal “Estado de São Paulo”, revela que 13 pessoas foram assassinadas em disputas de poder só neste ano. Em 2012, o levantamento realizado em 14 estados do Brasil registrou 91 mortes por motivações semelhantes.
A reportagem, publicada na edição de 12 de outubro, descreve crimes provocados por rixas políticas, como assassinatos cometidos para garantir espaço na máquina pública, vingar a morte de um aliado ou liquidar testemunhas.
Paulo Moura, cientista social e especialista do Instituto Millenium, acredita que os crimes têm origem na cultura patrimonialista. “A disputa pelo controle do estado, nessas circunstâncias é guiada pelo objetivo de enriquecer, em geral de forma ilícita. Por isso, não raras vezes, descamba para a violência”, argumenta.
Moura explica que o livre pensamento e a liberdade de voto ficam ameaçados, em um cenário violento e corrupto, onde ocorrem, entre outras práticas, a apropriação indevida dos bens públicos por deputados, vereadores, prefeitos e governadores. “O uso da violência na política não deixa de ser, também, um atentado à liberdade de expressão, pois quem recorre à força bruta em vez dos argumentos, não quer persuadir; quer submeter, impor, calar”, explica.
O cientista social aposta na justiça como o principal fator para coibir o uso da violência entre adversários políticos. “É preciso investigar, julgar e punir severamente quem atenta dessa forma incivilizada contra as liberdades e a democracia”, conclui.
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