O New Development Bank (Novo Banco de Desenvolvimento), banco de desenvolvimento dos países do bloco Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), ainda está cercado de diversas dúvidas e informações nebulosas. Uma iniciativa dessa magnitude, mais do que um fato ou factoide internacional, deveria ser objeto de debate mais amplo, especialmente no ambiente democrático de sócios como o Brasil.
Está certo, ou estudado com maior profundidade os reais impactos e benefícios do banco à competitividade da economia e indústria brasileira? O banco, sediado em Xangai, acena com uma forte âncora chinesa. Analisando-se os cinco países sócios do banco, como se complementam as suas indústrias e setores competitivos? Qual o risco do banco tornar-se um Eximbank chinês ampliado, servindo como um viabilizador global de negócio do país economicamente mais forte do bloco, e maior investidor dos fundos do banco?
Como funciona a sua sobreposição ou cooperação com as instituições já existentes no cenário internacional? O New Development tem uma intenção prática de ser um banco global de desenvolvimento, ou é mais um elemento de posicionamento político?
E, finalmente, uma preocupação com a governança e transparência de um banco que terá um funcionamento intercontinental, juntando culturas bastante complexas e diversas.
Como seria sua governança, e o recrutamento de seus funcionários, por exemplo? Qual o risco de formá-lo com quadros mais políticos do que técnicos, em países com políticas tão diferentes? Qual a tradição dos países sócios em termos de abertura de capital, transparência, e democracia em suas práticas?
Não se trata de refratar uma iniciativa que pode ser interessante, mas de procurar dar a ela o melhor senso e direção para que seja estrategicamente e economicamente adequado às prioridades brasileiras. E de adequá-la aos trâmites e consultas normais de uma sociedade democrática, inclusive durante a sua tramitação pelo Congresso Nacional.
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