Esta semana tivemos a surpreendente vitória eleitoral de Gustavo Petro, ex-líder guerrilheiro das FARC – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.
Pela primeira vez na história colombiana, o povo optou por um candidato à esquerda, que vinha fazendo uma campanha de mudanças do país, afirmando romper com toda a história política do país.
Mas calma, romper? Como que ele afirma isso categoricamente se o próprio tem sua trajetória política envolvida com os governos anteriores? Basta lembrar que ele, quando Senador da República, negociou votos, pela aprovação do Procurador Ordóñez, na Câmara Alta por um “espacinho” de indicações no governo.
E, a partir daí, ele conseguiu jogar melhor nessas eleições, mostrando ter jogo de cintura, na sua terceira tentativa à Presidência da República, após também ter sido prefeito de Bogotá.
Independentemente quem viesse a ganhar esta eleição, Petro ou Hernandez, já sabemos que o ganhador não teria a maioria do Congresso colombiano, tendo que articular uma grande coalização de governo, mirando os próximos quatro anos de governo.
Certamente um dos maiores deságios do novo presidente é dar continuidade à Reforma Tributária que o atual presidente, Ivan Duque, não conseguiu aprovar e é passo fundamental para que a Colômbia consiga continuar crescendo.
Na Colômbia, apesar de todos os problemas que tiveram nas últimas décadas devido a corrupção nos governos e narcotráfico, existem instituições consolidadas e dispostas a manter, sempre, a democracia no país.
Os partidos tradicionais, como o Liberal e Conservador, terão que se reinventar com novas maneiras de pensar o futuro e que aproveitem para aprender da experiência da vizinha Venezuela, onde os partidos acreditaram em contos do vigário local e estão, até hoje, na berlinda. Na Venezuela a maioria dos grandes nomes políticos tiveram que fugir do país. E tampouco podemos esquecer que um dos maiores êxodos venezuelanos foi para a Colômbia.
Que não seja mais um pesadelo de décadas para nossa região e possamos aprender, de vez, que com a esquerda não se brinca, pois eles estão dispostos a destruir o nosso continente.