O Imil nos Bastidores desta segunda-feira (5) abordou o crescimento do e-commerce e as transformações da logística no Brasil. Em conversa com os especialistas Eduardo Lemos e Murilo Medeiros, o CEO da e-thinkers, Thiago Santos, destacou que, em algumas áreas, a transformação foi muito veloz; em outras, por sua vez, ainda há um longo caminho a ser percorrido.
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Thiago Santos, que atua desde quando o setor ainda engatinhava no Brasil, em 2007, destacou a evolução registrada nas últimas décadas. “Em relação ao processamento de pedidos, houve uma mudança gigantesca. Hoje há softwares que suprem necessidades das empresas de todos os portes. Já quando falamos de rastreabilidade e transporte, ainda há muitos desafios a serem enfrentados. Também separo os fretes de curta e longa distância: no primeiro caso temos serviços acessíveis e de qualidade rodando por todo país; já para longas distâncias, quase não houve mudança”, analisou.
O crescimento do e-commerce, que já era tendência, pôde ser observado com maior velocidade durante a pandemia do novo Coronavírus, uma vez que esta era a única opção de compra durante o período de isolamento social. Thiago Santos destacou que esse movimento acelerado nunca tinha sido observado antes. Ele citou exemplos de clientes da sua empresa, que apresentaram aumento de 1.200% em maio, na comparação com o mesmo período do ano passado.
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“O e-commerce cresceu muito durante a pandemia. Um dos fatores foi o fechamento das lojas físicas e a necessidade de consumo da população. Mas o principal foi a transformação nos bastidores: as empresas tiveram que se adequar. O que mais ouvi falar é que o nosso processo de digitalização acelerou 10 anos, nas mais variadas áreas”, afirmou.
Sobre a recuperação econômica, Thiago Santos deixou uma mensagem bem clara: “o crescimento da economia está na mão dos brasileiros!”
“Multicanalidade”
De acordo com o CEO, embora o crescimento do comércio eletrônico seja real, esse é o momento ideal para empresas estabelecerem a “multicanalidade” no consumo, sem perder espaço em nenhuma das frentes.
“O consumo interfere na forma como você se relaciona com as pessoas. O varejo físico nunca vai perder a sua importância e, por isso, a transformação não deve ser esperada no comportamento do consumidor, mas incentivada pelo empreendedor. O que percebemos hoje é que, mais importante do que o canal de compra ser online ou físico, é gerar uma consciência da marca que se está comprando”, disse, explicando que a marca se torna uma referência por ser multiplataforma. “Por exemplo: eu posso comprar um determinado produto pelo site e escolher retirar na loja, ou comprar na loja e escolher receber em casa”, explicou.
Privatização dos Correios
Quando se fala em logística e transporte, é inevitável tocar em um ponto que está em debate no Brasil: a desestatização dos Correios. Essa ação é vista com grande expectativa e otimismo por Thiago Santos. O empresário acredita que esta é uma das formas de explorar o potencial de crescimento do mercado e corrigir grande parte das dificuldades atuais na logística e transporte.
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“Temos bons e velhos exemplos de privatizações que melhoraram a eficiência e aumentaram a competitividade, e eu acredito que não vai ser diferente com os Correios”, destacou.