“Uma das maneiras mais eficazes de gerar novos empregos é estimular a indústria criativa”, diz George Windsor, diretor de pesquisa da Nesta, organização sem fins lucrativos que tem como objetivo estimular os 12 setores da economia criativa no Reino Unido. A declaração foi dada pelo especialista após palestra realizada no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc, em São Paulo (SP).
O evento faz parte da série “Diálogos de Economia Criativa entre Brasil e Reino Unido”, promovida pelo British Council, com patrocínio do BNDES. O objetivo dos encontros, que têm curadoria da economista Lidia Goldenstein e participação de especialistas brasileiros e britânicos, é mostrar como a indústria criativa transforma as economias das cidades, dos países e do mundo.
Na visão de Windsor, a criação de empregos ligados à criatividade tem enorme potencial para movimentar a economia, inclusive em países como o Brasil. “A indústria criativa agrega valor aos produtos de uma maneira que nenhum outro setor é capaz”, diz.
Segundo ele, há várias maneiras de gerar empregos ligados à economia do conhecimento: estimular a indústria de games; desenvolver núcleos criativos locais, que trabalhem com base nas tradições culturais de cada região; facilitar o crédito para setores criativos da economia; investir em educação voltada para o design e para a tecnologia.
Caso o governo britânico abrace essas medidas, ele acredita ser possível criar 1 milhão de empregos no Reino Unido até 2030. “É uma aspiração. Talvez vocês também possam pensar em um plano desse tipo para o Brasil.”
Segundo levantamento divulgado pela FIRJAN (Federação da Indústria do Rio de Janeiro) em 2014, a indústria criativa emprega 892,5 mil profissionais em 251 mil empresas. Com base na massa salarial destas empresas, estima-se que em 2013 a economia criativa tenha gerado um Produto Interno Bruto de R$ 126 bilhões em 2013, o equivalente a 2,6% do total. Ainda segundo a instituição, nos últimos dez anos o PIB da indústria criativa avançou 69,8%, superando o aumento de 36,4% do PIB brasileiro no mesmo período.
Fonte: Pequenas empresas e grandes negócios, 07/12/2015.
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