Semanário britânico critica perpetuação no poder de políticos brasileiros acusados e até condenados, mas diz que o brasileiro ainda tem esperança
São Paulo – A perpetuação no poder de políticos brasileiros envolvidos em escândalos foi comentada neste sábado pelo semanário britânico The Economist, que os chamou de “zumbis políticos”. “Apesar de sérias alegações de corrupção, a velha guarda continua voltando”, diz o subtítulo do texto.
A publicação relembra a última eleição de Renan Calheiros para a presidência do Senado, apesar da renúncia em 2007 e das inúmeras denúncias existentes contra ele. Também chama atenção para o fato de que, apesar de ter tomado medidas duras contra ministros envolvidos em escândalos de corrupção, a presidente Dilma Rousseff aceitou a candidatura de Renan e ainda o parabenizou por telefone após sua vitória.
“O Senhor Calheiros é o mais novo exemplo de um bem-estabelecido fenômeno brasileiro: o político que consegue sobreviver a qualquer número de pancadas aparentemente fatais”, resume o semanário.
The Economist revisita ainda outros casos, como o Mensalão e o fato de políticos condenados, como Paulo Maluf, José Genoino e Francisco Tenório, continuarem noCongresso. “No total, um terço dos legisladores do Brasil ou foram condenados ou estão sendo investigados por crimes que vão de compra de votos a roubo e exploração da escravidão”, diz o texto.
Contudo, a publicação parece deixar uma mensagem otimista sobre a reação do povo. Apesar de afirmar que “muitos brasileiros estão perfeitamente felizes em votar nessas pessoas”, o semanário lembra que a petição online que pedia o impeachment de Renan Calheiros atingiu 1,36 milhão de assinaturas, ou 1% do eleitorado, o suficiente para levar a demanda ao Congresso.
A aprovação da Lei da Ficha Limpa e o fato de o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, ter se tornado uma espécie de herói pelas condenações do Mensalão também são celebrados como provas da reação dos brasileiros à perpetuação da corrupção no poder. “Brasileiros ainda têm esperança de que os zumbis políticos sejam postos para dormir”, termina o texto.
Fonte: Exame
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