Criou-se no Brasil uma unanimidade equivocada em torno da ideia de que a educação não melhora porque precisa mais recursos. Isso tem servido de desculpa para justificar maus resultados. O fato é que o país hoje gasta quatro vezes mais do que há 30 anos com a educação básica – e os resultados praticamente são os mesmos.
O tema exige cautela: educação de qualidade exige recursos. Mas isso não significa que o prefeito só conseguirá dar um salto na qualidade da educação se investir muito mais. O Instituto que presido, Instituto Alfa e Beto, em parceria com a revista “Veja”, oferece um prêmio – o Prêmio Prefeito Nota 10 – para os prefeitos cujos municípios atinjam determinados níveis de desempenho . Ao identificarmos os finalistas, raramente encontramos entre eles municípios que gastam muito com educação: ao contrário, são municípios que gastam apenas os valores constitucionais.
O nó da questão
Qual é o nó da questão? O nó da questão está na qualidade do gasto: a maioria dos municípios tem poucos recursos, é verdade, mas gastam mal o pouco que têm: excesso de professores, excesso de funcionários, planos de carreira inadequados, escolas com tamanho e/ou localização inadequados, reprovação elevada de alunos, custos elevados com transporte escolar, e por aí vai. Tudo isso pode ser resumido numa palavra: má gestão de recursos humanos e financeiros.
O primeiro passo para melhorar a qualidade da educação é melhorar a qualidade da gestão. Para melhorar a educação é preciso bons gestores – capazes de criar as condições necessárias e suficientes para os educadores fazerem a parte deles. O contrário não tem dado certo.
Fonte: Veja,
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