A educação foi um dos segmentos mais impactados pela pandemia do novo coronavírus. Com as portas fechadas, escolas precisaram se reinventar rapidamente para dar conta de uma nova demanda que colocava a tecnologia como principal intermediadora no contato do aluno com o professor.
Por trás de toda essa estrutura, empresas precisaram também adaptar rotinas internas e tiveram aprendizados que devem gerar um novo mercado no horizonte. É o caso da Arco Educação, empresa de soluções educacionais que atende a mais de 5 mil escolas em território nacional e impacta diretamente mais de um milhão de alunos.
A Arco Educação é um dos unicórnios brasileiros – startup com avaliação de mercado de mais de US$ 1 bilhão. O fundador e CEO da empresa, Ari de Sá Neto, participou da série de lives “Aprenda com os Unicórnios”, promovida por PEGN. O projeto faz parte do lançamento das 100 Startups To Watch, lista com as cem empresas nascentes de base tecnológica mais atraentes para investidores e aceleradoras.
A educação sempre esteve presente na vida de Ari. Ele estudou na escola da família, em Fortaleza, no Ceará, vivia mergulhado no ambiente do ensino e tinha o sonho de empreender no ramo. No entanto, orientado pelo pai, ele primeiro foi trabalhar em outras empresas antes de abrir o próprio negócio.
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A primeira empresa que deu origem ao que seria a Arco começou, há 15 anos, atuando com base nos colégios da família, depois passou para o interior, outros estados e outras regiões do país.
“Educação só consegue atingir resultados no longo prazo. Nós passamos oito anos para construir todos os conteúdos didáticos da educação infantil ao pré-universitário, de 2004 a 2011. Só aí entendemos que era hora de expandir para outros estados. Mesmo quando tínhamos o portfólio construído, entendemos que era hora de reconstruí-lo. Em educação, nunca está pronto.”
Gestão de pessoas ganhou mais força na pandemia
Com a pandemia, todos os 2 mil funcionários da Arco foram para o home office. E o empreendedor considera que o contato até tenha aumentado à distância: reuniões de atualizações de projetos que eram mensais passaram a ser semanais.
“A produtividade que conseguimos atingir no home office nos surpreendeu demais, e a comunicação foi alavancada. Procuramos cuidar das pessoas também com outras iniciativas, como ajuda psicológica, por exemplo. Estamos muito perto dos times, até mais do que estávamos presencialmente”, comenta.
No entanto, Ari afirma que isso só foi possível porque a empresa já tinha um trabalho muito grande de gestão de pessoas desde a sua fundação. De acordo com ele, todas as lideranças são envolvidas em decisões que afetam pessoas, como contratações e treinamentos.
Ele acredita, inclusive, que o mercado de educação seja um celeiro de oportunidades para atrair bons talentos, uma vez que trabalha com sonhos e inspirações.
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Educação pós-pandemia
O período de pandemia também fez com que a Arco enxergasse oportunidades que talvez demorassem anos para se realizar, como a consolidação da sala de aula invertida e do ensino personalizado. “Existe uma grande oportunidade para a tecnologia melhorar a qualidade da educação.”
De acordo com Ari, a análise de dados será ainda mais presente no sistema de ensino. Com tarefas ou provas aplicadas por meio de sistemas, por exemplo, será possível identificar pontos de atenção individuais e coletivos dos alunos. “Antigamente, tínhamos livros didáticos impressos que eram iguais para todos os alunos, mas não é certo. Se cada um tem um perfil personalizado na Netflix, com todas as preferências, por que não pode ter isso no ensino?”
Outro legado que ele acredita ter surgido durante a pandemia foi a formação de professores, que era feita presencialmente e agora passou a ser remota, com a mesma eficiência.
O empreendedor frisa, no entanto, que a tecnologia será um meio, mas não a protagonista da transformação digital. “Excelentes professores com a tecnologia de ponta podem alavancar muito o trabalho. A tecnologia sozinha, não.”
Fonte: “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”