É uma lembrança vívida ter me visto questionado pelos meus pais ainda na 3ª séria primária, entre o Colégio Lourenço Castanho e o Colégio São Luis – ainda na Av. Paulista – porque o estudo da disciplina História não seguia o estudo da disciplina Geografia, pois que ambos estão intimamente ligados.
Seja qual for a abordagem a respeito de economia ou política, precisará passar primeiro por dados históricos e geográficos.
Assim, fica claro que ainda não se observa na educação pública ou privada a tal visão inter e multidisciplinar. Por certo, a vaidade e o ego exacerbado dos docentes responde por isso. Portanto, falta um sistema de formação e avaliação de profissionais dedicados à educação. No momento, estamos entre os medíocres que nada ensinam além de seus traumas pessoais, e outros que se consideram o exemplo a ser seguido cegamente, e punem aqueles que não concordam com tal cegueira.
O que parece correto dizer, é que pesquisas conexas com a ascensão econômica das classes C e D, indicam que os ganhos financeiros são investidos na educação de seus filhos. Não apenas em escolas mais qualificadas, mas também em cursos de línguas e tecnologia.
Tal investimento indica um fato interessante. A educação fornecida nas escolas sempre reflete nos pais e parentes, pois queremos saber o que filhos e sobrinhos estão aprendendo. Essa troca de informações se manteve equilibrada por muitos anos, mas… não agora.
[su_quote]O diferencial agora é saber qual instituição oferece a melhor base de dados, a mais atualizada, a mais eficaz, aquela que pode agregar o aluno à vida real e ao emprego desejado[/su_quote]
As classes C e D são as que mais investem em educar e formar seus filhos em nível superior. O resultado desse objetivo resulta em jovens e adolescentes mais conscientes e muito mais críticos.
Obviamente não se trata dos programas advindos da Lei de Diretrizes Básicas (LDB) da educação. Trata-se da internet. Trata-se da difusão de informações e comparações entre os estudantes. Ninguém quer ficar aquém da informação.
E as melhores escolas e educadores perceberam isso. O diferencial agora é saber qual instituição oferece a melhor base de dados, a mais atualizada, a mais eficaz, aquela que pode agregar o aluno à vida real e ao emprego desejado.
O que parece ter passado desapercebido aos detentores do poder nas últimas duas décadas, é que o ensino oferecido em sala de aula, por pior que seja, resulta em ensino dentro de casa. Os alunos filhos de pais semianalfabetos ou com pouca instrução acadêmica, acabam atualizando seus pais pelas lições e informações advindas no cotidiano escolar.
Somado tal fato à troca de opiniões e questionamentos constantes nas redes sociais, o que se percebe é a imensa participação nas manifestações contrárias ao governo exatamente de seus ex-eleitores e seus filhos em idade universitária. A instrução vai alimentando a revolta a respeito da falta de moral, de princípios e de respeito ao cidadão.
Exatamente. Cidadão é um dos conceitos que os estudantes em todo Brasil vêm assimilando da forma correta. O que as gerações mais acomodadas hoje não estão exercendo, será exercida pela geração mais conecta à realidade.
Mais do que nunca, será a Educação a salvar o nosso país querido. Com lições duras e necessárias, e reconhecimento justo se formos merecedores.
Hoje, pais que se sentiam à margem da sociedade, recebem de seus filhos a informação de que são cidadãos, de que merecem respeito e acima de tudo, podem se rebelar contra a ditadura em vigor.
Em no máximo dez anos saberemos o resultado das lições oferecidas agora – se a propagação dará certo ou nos remeterá aos confins da escravidão estatal corporativista vivenciada atualmente.
Até lá, que cada um possa emanar seus conhecimentos e experiências para que não precisemos passar pelo pior.
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