O espírito empreendedor acompanha Allan Chusid desde que ele era criança. “Eu e um amigo costumávamos pegar os broches da mãe dele e vender na rua”, conta. Mas, quando ele cresceu, os broches ficaram de lado e ele partiu para o mercado financeiro. Hoje, Chusid é fundador da fintech Spin Pay, que pretende revolucionar a forma com que os usuários compram em e-commerces.
A proposta da empresa é permitir que os clientes realizem pagamentos instantâneos em sites de compra, sem necessidade de inserir cartão de crédito ou emitir boletos. Para isso, basta selecionar a opção “Pagamento Instantâneo”, selecionar o banco e confirmar a transação. Essa última parte pode ser feita por meio do aplicativo da instituição financeira do cliente ou escaneando um QR Code.
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O empreendedor conta que esse meio de pagamento se mostra vantajoso especialmente para os varejistas. “Por conta dos intermediários, o cartão de crédito é caro e tem muito risco de fraude. Sem contar o tempo de recebimento, que pode ser muito longo”. Boletos são mais baratos, mas a demora da compensação bancária compromete a viabilidade.
Com a Spin Pay, tais intermediários, que geralmente estão envolvidos em transações feitas com cartões, são dispensados, barateando o serviço. Além disso, o dinheiro cai na conta do varejista instantaneamente.
A solução também não exige que o usuário insira o número de seu cartão de crédito ou outras informações sensíveis, reduzindo assim o risco de fraudes. “Toda operação é aprovada dentro do banco do cliente, ele só precisa inserir o CPF.”
A plataforma lucra por meio da cobrança de taxas sobre as operações realizadas. Segundo Chusid, os valores são competitivos. “Conseguimos cobrar até 0,5% em alguns casos.”
Modelo de negócios
A Spin Pay não é a primeira experiência de Chusid no mercado financeiro. Dentre as instituições em que o executivo tem passagem está o banco Neon, onde ocupou a função de diretor financeiro até julho do ano passado.
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Foi durante sua experiência na fintech que surgiu a ideia que mais tarde daria origem à Spin Pay. “Eu queria criar uma solução que agilizasse os pagamentos, mas não competisse com os bancos.” Para formular o modelo de negócios, Chusid olhou para a China, onde essa tecnologia já está consolidada.
O país asiático ajudou o empreendedor a pensar em formas de simplificar o uso da solução, como a tecnologia do QR Code e a substituição da necessidade de digitar a senha por uma selfie ou impressão digital.
Para colocar o negócio em pé, foi necessário muito investimento. Ele captou recursos do fundo de capital de risco Canary. Investidores-anjo também estão envolvidos no processo. Dentre eles estão Cassio Casseb, ex-presidente do Banco do Brasil, Alexandre de Barros, ex-vice-presidente de tecnologia da informação do Itaú, e o consultor financeiro José Monforte.
Fonte: “Pequenas Empresas, Grandes Negócios”