*Por José Roberto Ferro, presidente do Lean Institute Brasil
Com a aproximação das eleições para prefeito, os candidatos começam a falar sobre seus planos de governo. Como se espera, aliás. A maioria dos candidatos dos centros urbanos mais avançados tem sido pressionada a divulgar seus programas e prioridades. Ou seja, são cobrados a dizer o que fariam. Em alguns casos, até contêm metas bastante específicas.
O que precisamos esperar, cada vez mais, é uma discussão mais profunda também do “como” tudo será feito. Os programas estão recheados de “o quê”, mas, concretamente, fala-se muito pouco sobre “como” tais planos serão tirados do papel e com que recursos.
Todos querem melhorar a educação, a saúde, a mobilidade, a infraestrutura, a cultura, mas poucos falam, por exemplo, da chamada “máquina administrativa”, ou seja, da capacidade atual das prefeituras de gerenciar seus processos e o que precisam fazer para melhorar suas capacidades de gestão.Mas temos de ir além das promessas fáceis de serem ditas e darmos mais atenção a quem mostrar o que será feito para tirá-las dos discursos e transformá-las em realidade.
Isso é gestão básica nas empresas. Não se pode fazer planejamento sem deixar muito claro “como” tudo será feito, demonstrando que é viável, possível, cabível. E como será executado. É preciso ainda identificar claramente qual são os problemas prioritários a serem resolvidos, analisar as “causas raízes” que geram esse problema, quais serão as ações corretivas adotadas e, tão importante quanto, qual será o “plano de ação” que será posto em prática, com todos os detalhamentos pertinentes acerca de “como” tudo será feito.
Cada cidade – ou mesmo cada região – terá problemas diferentes que exigirão ações específicas. E os planos terão de ser reavaliados e ajustados, pois as coisas nunca ocorrerão totalmente conforme o previsto.
Racionalidade e eficiência
Seria ótimo se os políticos falassem um pouco mais como gestores dos recursos públicos. Se demonstrassem seus planos de governo de modo mais científico, explicando o que será feito. Isso seria uma grande contribuição nesses tempos de baixíssima credibilidade dos políticos.
Racionalidade e eficiência precisam ser temas inseridos na discussão política, principalmente no nível municipal, o mais próximo dos cidadãos. Maior transparência ajudará a educar a sociedade na conscientização da necessidade de melhor utilização dos recursos.
Mas, como os candidatos não falam de maneira específica sobre como fazer e de onde virão os recursos, o debate eleitoral e as decisões de voto dos cidadãos ficam muito mais centrados em uma avaliação meramente pessoal dos candidatos, contribuindo para continuar com a má qualidade da gestão pública local.
Sabemos que “fazer promessas” para conquistar a atenção e o voto do eleitor é uma das coisas mais fáceis de fazer. Mas como cumprir? É possível? Quanto vai custar? De onde se tirarão os recursos? Há recursos disponíveis ou será preciso aumentar impostos? Quem exatamente vai fazer? Quando vai começar? Quando terminará? Quais serão os prazos? Quem será beneficiado? Quem será prejudicado?
As promessas de campanha são essencialmente estratégias de marketing político que visam principalmente atrair o eleitorado e ganhar votos.
Mas temos de ir além das promessas fáceis de serem ditas e darmos mais atenção a quem mostrar o que será feito para tirá-las dos discursos e transformá-las em realidade.
Isso é gestão básica nas empresas. Não se pode fazer planejamento sem deixar muito claro “como” tudo será feito, demonstrando que é viável, possível, cabível. E como será executado.
É preciso ainda identificar claramente qual são os problemas prioritários a serem resolvidos, analisar as “causas raízes” que geram esse problema, quais serão as ações corretivas adotadas e, tão importante quanto, qual será o “plano de ação” que será posto em prática, com todos os detalhamentos pertinentes acerca de “como” tudo será feito.
Cada cidade – ou mesmo cada região – terá problemas diferentes que exigirão ações específicas. E os planos terão de ser reavaliados e ajustados, pois as coisas nunca ocorrerão totalmente conforme o previsto.
Seria ótimo se os políticos falassem um pouco mais como gestores dos recursos públicos. Se demonstrassem seus planos de governo de modo mais científico, explicando o que será feito. Isso seria uma grande contribuição nesses tempos de baixíssima credibilidade dos políticos.
Racionalidade e eficiência precisam ser temas inseridos na discussão política, principalmente no nível municipal, o mais próximo dos cidadãos. Maior transparência ajudará a educar a sociedade na conscientização da necessidade de melhor utilização dos recursos.
Mas, como os candidatos não falam de maneira específica sobre como fazer e de onde virão os recursos, o debate eleitoral e as decisões de voto dos cidadãos ficam muito mais centrados em uma avaliação meramente pessoal dos candidatos, contribuindo para continuar com a má qualidade da gestão pública local.
Fonte: “Época negócios”, 02/08/2016
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