As estatísticas das eleições municipais de 2012 revelam avanços e retrocessos no processo eleitoral brasileiro. Por um lado, houve o ganho de força política pelas mulheres. Por outro, batemos o recorde de produção de lixo e de abstenções. A presença de tropas da Força Nacional de Segurança Pública em diversos municípios brasileiros para garantir a votação também chama a atenção.
Lixo eleitoral
De acordo informações do Tribunal Superior Eleitoral e do Corpo de Bombeiros, o custo da campanha eleitoral de 2012 foi de cerca de R$ 1 bilhão de reais. Desse total, R$300 milhões foram gastos com papéis, o equivalente a 417 mil árvores derrubadas, R$ 1,2 bilhão de litros d’água com a impressão de santinhos e R$ 53 milhões com gasolina.
Segundo um balanço da Companhia de Limpeza Urbana, foram recolhidas 324 toneladas de lixo produzido durante as campanhas políticas da cidade do Rio de Janeiro. Entre o material coletado pela Comlurb no dia da eleição, 7 de outubro, estavam: panfletos, placas, cartazes e faixas.
O cientista político e especialista do Instituto Millenium, Carlos Pereira, explica que a indecisão dos eleitores e a alta competitividade contribuíram de forma decisiva para o aumento do impacto financeiro e ambiental das campanhas políticas. “A grande incerteza dos eleitores e a ultracompetitividade das eleições levaram os candidatos a partirem para essa estratégia. Não posso dizer até que ponto essa estratégia é bem sucedida”, afirma.
Mulheres na política
“A experiência de mulheres na gestão de cidades tem mostrado aos eleitores que elas são perfeitamente capazes”. Essa é a opinião do cientista político sobre o aumento de 31,5% no número de mulheres eleitas para prefeituras em 2012, em relação às eleições de 2008.
A eleição da presidente Dilma Rousseff aliada à reedição da Lei de Cotas de Gênero, que prevê o “preenchimento” e não apenas a “reserva” de 30% de vagas para as mulheres nos partidos, são apontados como fatores para o aumento da representatividade pelo gênero feminino. Pereira questiona a influência da lei para o aumento do número de prefeitas. “Mesmo havendo uma reserva mínima, isso não representa um aumento do contingente de mulheres eleitas”, explica.
Abstenções e voto nulo
A estatística final do TSE revela 16,41% de abstenções nestas eleições, o que corresponde a 22.735.725 milhões de pessoas que deixaram de votar. Em 2008, o número de eleitores faltosos foi de 18.721.420. Com a entrada em vigor da Lei da Ficha Limpa, ainda não foi possível estimar o número de votos nulos, já que os votos destinados aos candidatos com ficha suja também são registrados como nulos.
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Fontes: O Estado de São Paulo, BBC, EBC, G1
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