Tive acesso ao ataque de pânico feito pela “Carta Capital” ao Instituto Millenium, do qual sou membro desde algum tempo. Eles nos chamam, entre tantos xingamentos, de uma elite que luta contra o comunismo e tem saudades do golpe de 1964. Não tratarei aqui de uma resposta aos ataques, até porque isto não cabe a mim. Pelo contrário, tecerei um breve comentário sobre os princípios defendidos pelo Imil: democracia, Estado de Direito, liberdade e economia de mercado.
Sim, antes de qualquer coisa, nós somos liberais. Há alguém entre nós, afinal, que seja antiliberal? Não, claro que não. É que liberalismo no Brasil lembra os anos 90, lembra FHC, tem uma conotação pejorativa centrada no desconhecimento do termo neoliberalismo; mas acho que esse viés perdeu a graça quando a administração petista resolveu adotar todo o receituário tucano. Ser liberal, afinal, é antes de qualquer coisa entender que mesmo uma revista como a “Carta Capital” tem direito de existir. A liberdade, porém, é diferente de livre-arbítrio: é ai que entra o Estado de Direito.
Em uma sociedade regida pelo Estado de Direito todos são iguais perante a lei. Exato: lei. Isto significa que a minha liberdade de ouvir um som alto cessa no momento em que impedir a liberdade de outrem dormir, por exemplo. A lei regula os excessos cometidos pelo livre arbítrio. Ou seja, liberdade de imprensa tudo bem, calúnia e difamação não. É o judiciário o espaço onde tais questões controversas podem e devem ser resolvidas.
Nesse contexto, não existe liberdade e Estado de Direito sem democracia e vice-versa. As coisas são interacionadas, mesmo. A democracia, essa possibilidade de eleger representantes ou, no limite, exercer a própria representatividade via assembleias públicas é uma das mais caras conquistas da humanidade. E só por ela existir é que revistas como a “Carta Capital” podem publicar sem os arroubos de algum tirano mal intencionado.
Por último, mas não menos importante: sim, nós defendemos a economia de mercado. O problema econômico das sociedades, lidar com necessidades ilimitadas frente recursos escassos, pode afinal ser resolvido via outras formas (mando ou tradição, por exemplo). Mas só na economia de mercado os indivíduos possuem a liberdade de poder se especializar naquilo que melhor fazem, o que eleva o nível de bem-estar de todos. Além disso, é possível ser democrático e obedecer ao império da lei, algo que não é trivial em outras organizações socioeconômicas, vide a série de exemplos ao longo da História.
Os princípios pelos quais o Instituto Millenium se esforça em defender são, portanto, condições necessárias para que órgãos de imprensa, como a “Carta Capital”, existam. E, ao contrário do que dá a entender a matéria da revista, há muito mais heterogeneidade entre os membros do Instituto do que, propriamente, a existência de um grupo homogêneo em torno de uma causa comum. As únicas coisas que nos une são, certamente, aqueles princípios. Entre muitos outros temas – cotas em universidades estatais, por exemplo – há muito mais divergência do que a citada revista ousaria conhecer. Eu mesmo sou a favor das cotas, por entender que há assimetrias de oportunidades incontornáveis em nossa sociedade. Ao que se vê, portanto, a “Carta Capital” não entendeu – ou não quis entender – o que une as pessoas em torno do Instituto Millenium: a defesa sadia daqueles princípios e de muitos outros temas sobre os quais há intenso debate.
Venho até este espaço ultra democrático salientar que a Revista Carta Capital é de extrema qualidade, sou ávido leitor e não exerguei os defeitos da matéria. Bem, creio eu, não compartilho da inteligencia avançada que a vanguarda “milenista” apregoa possuir! Realmente a democracia exala nas hostes deste Instituto tão importante´para nossa pátria, quanto foi o IBAD!!! Saudações integralistas!!!
Ed Limas
Gostaria de saber qual a opinião do prezado sobre as relações entre liberdade de expressão e a oligopolização dos meios de comunicação?? Focando um pouco mais a pergunta. Na sua opinião estas questões devem ser resolvidas pelo “mercado” ou a sociedade através de entes eleitos democraticamente deve arbitrar sobre elas??
Gostaria que o autor deste artigo me concedesse lições sobre êxitos e vantagens do neoliberalismo. Gostaria também que este grande e reconhecido autor dissertasse sobre a democracia no Brasil já que um instituto formado por milionários brancos entende muito bem dela.
É de rir este complexo de inferioridade que esses vermelhos se vestem quando precisam descutir algo, argumentar algo. Exemplos como “não compartilho da inteligencia avançada que a vanguarda “milenista” apregoa possuir” ou “um instituto formado por milionários brancos” são ótimos para mostrar a vontade desses iletrados de se definirem como coitados. Esse complexo dem vira-latas deles é hilário!
Sou leitor do Instituto Mises, não acompanho o Millenium, mas este está me agradando mais do que a postura mais radical do primeiro, que é anarcocapitalista.
É para chorar de rir destes comentários acima. Mas como defensor da liberdade de expressão, tentarei responder decentemente as questões acima.
“Venho até este espaço ultra democrático salientar que a Revista Carta Capital é de extrema qualidade, sou ávido leitor e não exerguei os defeitos da matéria.”
Não tive acesso integral à matéria, mas poderia me explicar então o que não foi exagero nela?
“Gostaria de saber qual a opinião do prezado sobre as relações entre liberdade de expressão e a oligopolização dos meios de comunicação?? Focando um pouco mais a pergunta. Na sua opinião estas questões devem ser resolvidas pelo “mercado” ou a sociedade através de entes eleitos democraticamente deve arbitrar sobre elas??”
Liberdade está acima de qualquer intervenção governamental. As intervenções só podem existir para garantir a liberdade de um indivíduo caso outro o ameaçe. Não vejo a oligopolização da mídia como uma agressão à liberdade, pelo contrário, se o governo tentar intervir na mídia, aí estará violando a liberdade de expressão. Saiba que, eu não gosto da mídia de nosso país, acho-a muito esquerdista, como o restante da maioria dos formadores de opiniões de nosso país.
“Gostaria que o autor deste artigo me concedesse lições sobre êxitos e vantagens do neoliberalismo. Gostaria também que este grande e reconhecido autor dissertasse sobre a democracia no Brasil já que um instituto formado por milionários brancos entende muito bem dela.”
Como liberais nós não nos incomodamos com a cor alheia e não acreditamos que cor influencie na intelectualidade de cada um. Agora está querendo desqualificar este instituto pela cor de seus integrantes e não por não concordar com suas ideias?
Bom, saiba que o neoliberalismo é um liberalismo mais controlado. Eu sou defensor do liberalismo clássico, a não intervenção do governo na economia. Quer exemplos? Os lugares com índices de IDH mais altos do mundo são aqueles com a economia mais livre. Liberdade econômica é o principal fator para uma boa qualidade de vida. Fora que, estando sujeito ao mercado, as pessoas tentarão usar todos os recursos (que são excassos) da melhor maneira possível. Se não, serão punidos naturalmente
O Sr. Renato PK precisa aprender o significado da figura de linguagem “ironia”! No mais o Instituto Millenium é uma espécie de mensageiros do fracaso! Pois os Chicagos Boys de outrora, hoje são simples lacaios dos erros do passado!!
Respondendo ao comentário que pede esclarecimento sobre o oligopólio dos meios de comunicação: numa sociedade de livre mercado, onde o Estado interfere pouco na economia, ele não existiria. Isso porque este oligopólio foi criado e é mantido pelo próprio Estado. Veja o caso da Rede Globo: ela tem esta grande fatia do mercado graças ao apoio que o Estado lhe deu durante a ditadura. Não há livre mercado no setor da comunicação, já que é o Estado que autoriza que pode funcionar (caso não saiba, rádio e televisão são concessões).
Não só esse, mais todos os monopólios e oligopólio, são mantidos pelo Estado.
Por isso é necessário a implementação conforme implicito na Carta Capital da lei dos meios e um dos grandes responsáveis pelo descalabro da concentração do poder midiático e o “Padim” global Toninho Malvadeza!!!
A liberdade tem que ser preservada e o Brasil não pode aceitar as limitações que o PT e os esquerdistas querem impor sobre ela. É o bem mais precioso que pode ter um ser vivente. É melhor definida assim:… todos são iguais e partem do mesmo ponto de partida… aonde vão chegar, depende da condição de cada um! Isto é liberdade. Não, ao dito “controle social da mídia”!