Olá, leitor.
Vou te contar tudo o que aconteceu neste final de semana. Foi muita coisa, mas será rápido, prometo:
Era para tudo se acabar na sexta-feira…, mas não foi assim. A política brasileira mostra que está em um nível quase impossível de projeções.
Os analistas políticos sabem bem…há anos são como as notas de um chorinho de Pixinguinha. Só dá pra saber que uma hora acaba, mas não sem antes passar por todos os tons, velocidade e afinações possíveis.
O resultado foi: Rodrigo Maia na Câmara e Davi Alcolumbre (quem?) no Senado.
Sim…
Este que vos fala realmente pensou (sabe nada, inocente) que o final de semana seria tranquilo. A ideia era lavar roupa, descansar um pouco, e olhar o noticiário como um espectador apenas.
Ah, tá.
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Ainda na sexta uma batalha maluca começou no Senado, o que deixou a eleição da Câmara parecendo algo meio nórdico em organização (isso com mais de 500 deputados). Alcolumbre já iniciou o dia dando uma rasteira nas intenções de Renan ao deixá-lo sozinho na mesa do Senado.
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Vou tentar ser rápido:
Lá perto das 19h, após o início da sessão e tensões, o Alcolumbre propôs o voto aberto à Presidência e jogou para o Plenário.
Meia hora depois: 50 dos 81 senadores queriam a lista aberta, dois não.
Aí a Katia Abreu e Renan Calheiros encamparam uma ode à Constituição. Exaltando que os “jovens” que renovaram o Senado estavam destruindo a Casa. Não é por menos, Renan olhava para os lados e a realidade era dura: dos 54 eleitos, 46 são novatos. Katia, então, decidiu surrupiar a pasta de Alcolumbre na mesa e tudo virou uma gritaria insuportável por horas.
Aí, lá pelas 10 da noite decidiram:
Boa noite.
Nada….! Às 3h40 Toffoli decide que o voto vai ser secreto, oras. Ninguém dorme nessa balada!
Enfim…lá pelo meio-dia começou a tentativa de votação, sem Alcolumbre na presidência, mas com o mais antigo. Pensa como demorou isso.
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As famílias do senadores que foram prestigiar a posse, as crianças com terno, todo mundo lá… vendo aquilo tudo. E eu, tentando manter as aparências em uma festa infantil, com minha filha, e acompanhando a decisão do Senado ao vivo (ENQUANTO MEU PALMEIRAS JOGAVA COM O CORINTHIANS!).
Aí, os senadores começam a dizer que iriam, independentemente do STF, declarar o voto. Renan ainda discursou por 30 minutos, usando palavras e conjugações como se já fosse eleito.
Começou a lenta votação por cédulas e terminou, mais ou menos na hora do gol do Timão.
Vamos contar então e acabar com isso: 82 votos! Meu Deus do Céu. Quem votou a mais? Dizem que foi o Toffoli.
Aí mais horas de discussão. E recomeça a votação, não antes de Renan desistir!
Aí, como dizia uma ex-editora minha: Inês é morta. Palmeiras já tinha perdido e eu já jogado a toalha. Foram lá, votaram de novo, e eis que Davi Alcolumbre levou a parada.
É uma vitória, pelo menos por enquanto, do governo Jair Bolsonaro e do desprestigiado Onyx Lorenzoni na Casa Civil. Não se sabe o que Renan Calheiros vai fazer, mas vai sempre lembrar que seu filho precisa do governo federal para tocar Alagoas.
Tudo acabou e eu fui tomar um Blood Mary para curar essa ressaca.
FIM! Até a próxima.
Fonte: “Money Times”, 03/02/2019