“Não é função do governo fazer um pouco pior ou um pouco melhor o que os outros podem fazer, e sim fazer o que ninguém pode fazer.” (Lord Keynes)
O PT resolveu apelar para a mesma tática de 2006: “acusar” os tucanos de privatistas. Alckmin cedeu na época. Serra não caiu na mesma armadilha. Como disse o candidato, o PT defende a era do “orelhão”, e quem é contra as privatizações deveria jogar no lixo seu moderno aparelho de celular.
A idéia de um Estado-empresário vem de longe, mas não é difícil entender porque as estatais acabam mais ineficientes que as empresas privadas: faltam-lhes os mecanismos adequados de incentivo. As empresas privadas precisam oferecer bons produtos para sobreviver, e isso coloca o consumidor no topo das prioridades. O escrutínio dos sócios em busca de bons retornos garante a eterna busca por eficiência.
O mesmo não ocorre nas estatais. Seus recursos vêm da “viúva”, e as empresas acabam atendendo aos interesses dos políticos e seus aliados. Costumam virar palco de infindáveis casos de corrupção. Enquanto os acionistas privados focam no longo prazo, pois seu patrimônio depende da capacidade futura de lucro, os políticos pilham as estatais de olho nas próximas eleições. Como Erenice Guerra sabe, o loteamento das estatais é prática recorrente no país.
Quem lava um carro alugado? Cuidamos melhor daquilo que é nosso. É natural que as empresas privadas, portanto, sejam mais bem administradas que as estatais. O histórico delas oferece farta evidência disso: empresas paquidérmicas, ineficientes, deficitárias, verdadeiros cabides de emprego. As raras exceções comprovam a regra.
Os maiores gargalos da economia estão justamente nos setores dominados pelo Estado: portos, aeroportos, estradas. Coincidência? Claro que não. Para quem ainda não está convencido, o livro “A Guerra das Privatizações”, de Ney Carvalho, é leitura bastante recomendável. Mostra as origens do estatismo e como as privatizações a partir de 1990 foram essenciais para o avanço do país. Geraram mais empregos, riquezas e impostos. Só a Vale pagou quase R$ 5 bilhões de imposto de renda em 2009, o suficiente para meio Bolsa Família.
Apesar disso, muitos ainda defendem o Estado-empresário. Confundem a propriedade estatal com o interesse nacional. Quase sempre ambos andam em direções opostas. O que interessa ao povo são empresas eficientes. Isso ocorre quando empresas privadas precisam sobreviver num ambiente competitivo, o contrário dos monopólios estatais protegidos da concorrência. Estes são adorados pelos políticos oportunistas, pelas máfias sindicais, pelos funcionários acomodados. Quem paga a conta são os consumidores. Vide a ineficiência dos Correios.
O que explica, então, esta aversão à privatização? Usiminas, CSN, Embraer, Banespa, Telebrás, Vale, a lista de casos de sucesso é extensa, e ainda assim não são poucos os que sentem asco ao escutar a palavra. Ideologias demoram a morrer, e conquistam seguidores mais pelas emoções que pela razão. O tema assumiu um tom dogmático, alimentado por uma intensa propaganda enganosa digna de Goebbels. O PT explora isso.
O casamento entre o nacionalismo e o socialismo pariu esta idolatria ao atraso. O uso do termo “estratégico” alimenta a retórica dos que lutam contra o progresso. Todo setor passa a ser estratégico, só não se sabe para quem. Além disso, controle estratégico não é sinônimo de gerência governamental. Costuma ser o contrário.
Governantes tão diferentes (ou não) como Vargas, Geisel e Lula defenderam essencialmente a mesma receita: a concentração de poder econômico no governo. Trata-se de uma receita fracassada, como comprova a Venezuela de Chávez. Mas, apesar do discurso eleitoreiro, o fato é que até parte do PT já entendeu isso, o que explica as várias concessões ao setor privado feitas no governo Lula.
A recém-nascida OGX, de Eike Batista, já vale a quinta parte da Petrobras, que perdeu mais de 30% de seu valor este ano. É o custo político afetando milhares de investidores que apostaram na estatal por meio do FGTS, por exemplo. Enquanto isso, o presidente da empresa parece mais preocupado em fazer campanha eleitoral, deixando transparecer a apropriação partidária da estatal. Os petistas levaram a sério o slogan “o petróleo é nosso”. O povo, entrementes, paga um dos preços mais altos do mundo pelo combustível.
Privatizar não é pecado; ao contrário, é crucial para uma economia dinâmica e moderna, liberando o Estado para focar em suas funções precípuas. O mal do PSDB não é ser privatista, mas ser pouco privatista!
Fonte: Jornal “O Globo” – 19/10/10
“O mal do PSDB não é ser privatista, mas ser pouco privatista”
Não. O mal do PSDB é negar até a morte a prática privatista.
Vamos conferir a resposta concedida ao partido para ele negar as privatizações no estado de São Paulo e dizer que Serra não privatizou a CSN.
Patético
Muito bom o texto do Rodrigo Constantino, pra não variar.
Li um artigo, muito bom também, sobre o apoio de artistas e intelectuais ao PT: “Na Caverna Com Platão”:
http://blogdovampirodecuritiba.blogspot.com/
Essa logica é ótima se quisermos voltar para o feudalismo. o problema e que depois do feudalismo vem a monarquia e depois os nobres vão todos para a forca.
O sistema democrático é que garante que as instituções publicas funcionem, com o tempo vai ficando mais dificil enganar as pessoas e elas vão elegendo com mais critério. Estamos apenas no começo da democracia.
Não sou especialista em privatização,mas,até onde eu,sei está sendo uma lastima.Começando pelo setor de transporte coletivos(se é que o caro colunistas já viajou de trem da central do Brasil),um serviço de péssima qualidade colacando a vida dos usuários em risco.Fora as barcas da travessia rio-nitério.A telofonia,todos tiveram alcançe de ter um mas,com constante erros de serviços.
Sem contar com a venda da Vale do Rio Doce,que foi vendida a preço de banana e hoje e a maior inimiga do meio-ambiente,fora os estragos que ela vem levando para outros países.
Caso o seu candidato(Serra),seja eleito,não será novidade se um dia querer privatizar a Petrobras ou pré-sal.
É Rodrigo,tão lamentavel esse seus artigos. Existe momentos de chego dúvidar que país é esse que voces querem para nós.
Fábio Nogueira
Se voce disser que anda em um trem da Central do Brasil, voce estará mentindo. A CB foi extinta há muito tempo e hoje se chama Supervia (hehehe). Aliás, se voce reclama dos trens de agora é porque voce não faz ideia do inferno que era antes da privatização.
Aliás, voce sabia que existia uma companhia estadual de ônibus fantasma aqui no Rio de Janeiro?
Quanto às barcas, o governo fez questão de manter seu monopólio…
Ah! E o maior inimigo do meio-ambiente é a usina de Belo Monte
Que privatizem e acabem com essa incompetência e mamata.
E concordo com você Wolmar digo :NÃO A USINA BELO MONTE , ineficaz e inimiga do meio ambiente.
Faço ídeia sim wolmar,era muito ruim,mas,parece-me que tornou-se pior ainda aquilo que poderia melhorar.Não sou tão cego assim,mas,vender empresas estatais a preço de banana como como foi a Vale é piada!
Sou contra essa usina de Belo Monte,pelas causas devastadoras ambientais e pela perda das terras das tribos índigenas que habitam aquela area.
O que sou contra as privatizaçoes são justamente as futuras causas negativas que podem com tempo acontecer com a sociedade.Veja na area da educação,não será novidade que um dia o governo Serra,caso ganhe falar em privatizar as universidades públicas ou tercerizar as escolas públicas também.Ou seja:ausencia total do Estado.
ps.Um debate é bom e produtivo mesmo com as divergencias,mas,ofensas não aceito,principalmente chamando-me de mentiroso.Respeito sua opinião,mas,sem ofensas.
A privatização é uma medida desesperada por parte de alguns na tentativa de frear a evolução do organismo Social Democrático REAL,e não o Tucanal, se é que isso existe; visto que o sistema democrático vem sendo depurado e melhorado e não mais usado com o passar dos anos e com a educação do povo que começam a enxergar o óbvio, e não é por causa das escolas, é o senso comum que percebe a esperteza de uns.
Vocês tem de admitir que estão perdendo o jogo democrático, e pra acabar com isso, só começando uma guerra pra zerar os pontos, mas não é guerra de bolinha de papel.
Assino embaixo o Brasil precisa se livrar de mais estatais que só servem pra gerar escândalos políticos e comer o dinheiro público veja o exemplo dos correios eu nunca recebi uma compra no mercado livre sem atrasos semanas atrás eu comprei um jogo de PS3 e faz quase 1 semana que o item não chega pro causa da incompetência dos lixos dos correios que só fazem 2 coisas pontualmente:fazer greve e em seguida pedir aumento de salário sem ter feito por merece-lo.