Em dia de turbulências nos mercados – a Bolsa interrompeu por duas vezes as negociações devido a queda acentuadas – o Tesouro Nacional anunciou um programa de leilões de compra e venda de títulos públicos. A ação foi tomada em coordenação com o Banco Central. O objetivo, segundo o Tesouro é “fornecer suporte ao mercado de títulos públicos”.
Após se reunir com o presidente do BC, o secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, explicou que a decisão foi uma forma de conter os efeitos da turbulência. Na prática, o governo entrou com ofertas de compra, ajudando a equilibrar os preços dos papéis no mercado.
— A gente fez isso lá atrás, em 2017 e 2018, quando o mercado estava disfuncional, quando quem quer vender não encontra comprador. Então, hoje foi um dia que mercado amanheceu, com tudo que está acontecendo no resto do mundo, um pouco aqui também, mas muito mais impacto do resto do mundo, o mercado se assustou e amanheceu um pouco desfuncional e a gente fez intervenção — disse Mansueto.
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No mesmo dia, o Tesouro cancelou ainda um leilão de Letras Financeiras do Tesouro Nacional (LFT), que colocaria mais títulos no mercado. O secretário afirmou que não fazia sentido fazer um leilão de venda.
— Não adiantava a gente colocar mais títulos no mercado se, no momento agora, o mercado está reajustando a posição e queria vender títulos — acrescentou o secretário.
O anúncio do Tesouro foi feito em um dia em que investidores amanheceram nervosos com os novos desdobramentos da pandemia de coronavírus, decretada na quarta-feira pela Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, as operações na Bolsa de Valores foram interrompidas por duas vezes seguidas.
Os leilões estão marcados para os seguintes dias: 12, 13, 16, 17 e 18 de março. As condições das ofertas serão divulgadas nos dias em que as operações forem realizadas, acrescentou o Tesouro.
No pregão desta quinta-feira, as Bolsas de Paris e Frankfurt fecharam com queda superior a 12%, e Londres registrou recuo de quase 11%. O mercado americano também opera com forte queda.
Fonte: “O Globo”