Mansueto de Almeida Junior, defendeu nesta sexta-feira, dia 23, a uniformização das regras de aposentadoria e afirmou que em nenhum outro lugar do mundo as pessoas se aposentam tão cedo.
— Em nenhum outro lugar do mundo as pessoas se aposentam tão jovens quanto no Brasil, onde algumas pessoas se aposentam com regimes especiais muito novas. Temos de mostrar que isso, ao longo do tempo, não é sustentável. Mas tanto aqui quanto lá fora existem períodos de transição.
A principal crítica do secretário às regras atuais de aposentadoria diz respeito aos regimes especiais, que permitem que as pessoas se aposentem muito antes de se tornarem idosos, com menos de 60 anos. Ele defende que as regras sejam o mais uniformes possível, como nos outros países.
Mansueto não confirmou se a reforma também abrangerá militares e parlamentares, que têm regras diferenciadas de aposentadoria, mas disse que não se pode temer o debate:
— Vamos colocar a proposta no papel e vamos debater, ver o que é possível. Muita coisa no Brasil não muda porque as pessoas não têm noção do problema, Vamos fazer essas mudanças de forma gradual, com período de transição.
Confiança na aprovação
Apesar de garantir desconhecer o texto final da reforma da Previdência proposta pelo governo Temer, Manuseto diz confiar que o texto será aprovado pelo Congresso e, portanto, não vê riscos ao ajuste fiscal, cuja implementação depende da aprovação da reforma da Previdência e da PEC que estabelece teto para gastos públicos.
— Sem dúvida, ela será aprovada. É difícil falar hoje qual será essa reforma, mas o governo encaminhará a proposta, vai ter uma longa discussão nas duas casas, esclarecimentos à população. Se você explicar exatamente como funciona nos outros lugares no mundo e no
Brasil, você consegue aprovação — disse, no intervalo de evento fechado promovido pela PUC-Rio.
Ele ressaltou, ainda, que o grande objetivo da reforma é garantir segurança de renda à população na velhice. E lembrou que números do IBGE apontam que em 30 anos a proporção de idosos vai triplicar no Brasil, exigindo que hoje as regras mudem para que haja dinheiro suficiente para se pagar o benefício a todos os idosos do futuro.
Fonte: Extra, 23/09/2016.
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