A taxa de desemprego no país passou de 12,3% na primeira semana de julho para 13,1% na segunda, o que significa que, em apenas uma semana, mais 700 mil pessoas entraram na fila por uma vaga no mercado. Com isso, o total de desempregados dos do país subiu para 12,2 milhões de pessoas, segundo dados da da Pnad Covid, divulgada do IBGE nesta sexta-feira.
A pesquisa também mostra os impactos da flexibilização da quarentena no mercado de trabalho. O número de pessoas que foram afastadas (aqueles que mantinham vínculo com o empregador, mas não estavam exercendo suas funções) caiu de 8,2 milhões de pessoas para 7 milhões.
Embora a pesquisa não detalhe se esse contingente de 1,2 milhão de trabalhadores retornou à atividades, Maria Lúcia Vieira, coordenadora da pesquisa, aponta que uma das possíveis razões para o aumento do desemprego seria a demissão desses profissionais.
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— Além da possibilidade de os trabalhadores afastados terem sido demitidos, as pessoas que já estavam desempregadas, mas interromperam a procura de vagas por conta da pandemia, voltam a buscar emprego diante das medidas de flexibilização da quarentena — explica Maria Lúcia.
Desde o início da pesquisa, na primeira semana de maio, a quantidade de trabalhadores afastados teve uma redução significativa. Passaram de 16,6 milhões para 7 milhões, o que representa uma queda de 57,8% no total de pessoas que mantinham vínculo com os trabalhos mas não desempenhavam suas funções.
Um indicador de que as pessoas, possivelmente, voltaram a procurar empregos é o dado sobre desempregados que não buscavam vagas, mas tinham o desejo de voltar ao mercado. Em uma semana, o total caiu de 28,7 milhões para 28,2 milhões (redução de 1,74%).
A leitura é que, com a flexibilização do isolamento social, essas pessoas retomaram a procura por recolocação profissional, aumentando a taxa de desemprego.
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Redução do home office
Já número de pessoas ocupadas e desempenhando suas funções de forma remota (home office) recuou para 8,2 milhões, o que significa que 700 mil trabalhadores deixaram esta modalidade de trabalho, na comparação com a semana anterior.
Maria Lúcia destaca que não é possível afirmar categoricamente que todas as pessoas foram reintegradas aos seus postos de trabalho. Porém, analisando outros indicadores da Pnad Covid, a tendência é que a maior parte tenha voltado à jornada presencial:
— Considerando a estabilidade da população ocupada (pessoas que têm emprego) e a redução na população afastada, tendo a avaliar que a maior parte dessas 700 mil pessoas voltou a seus postos físicos de trabalho.
Atualmente, o Brasil tem 71 milhões de pessoas empregadas e exercendo suas funções. Deste total, 11,6% (8,2 milhões) seguem trabalhando remotamente.
Fonte: “O Globo”