“A sucessão de exigências impostas pela Fifa à realização da Copa do Mundo ultrapassa de longe o mínimo que se pode ter de soberania por um país”. É o que acredita o ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel. Para ele, o Brasil – que deixa de arrecadar cerca de R$ 1,08 bilhão em impostos com o evento, segundo estudo realizado no ano passado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) – deveria investir dinheiro público de forma mais eficiente.
Everardo explica que não se pode tratar a Copa como um caso de desoneração no estrito sentido da questão, já que a isenção fiscal da Fifa é uma condição estabelecida para a realização do evento. “Essa desoneração, como foi dita, só existe porque ocorrerá o mundial. É um caso de excepcionalidade”.
Na opinião do ex-secretário, existem excessos nas condições impostas pela Fifa para a realização do campeonato mundial. “Alguém sempre vai argumentar que o Brasil aceitou as regras do jogo, mas isso não elimina a evidência de que as exigências são abusivas. Impõem quase uma humilhação a um país.”
Everardo lembra o caso da Suécia, que recentemente rejeitou a candidatura à realização dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2022: “Eles argumentaram corretamente que não haveria sentido desviar recursos públicos com finalidades dessa natureza. É uma gastança desnecessária”, diz.
No Comment! Be the first one.