A startup brasileira Agronow está em fase de ajuste de rota. Há cerca de um ano, colocou no mercado um aplicativo capaz de medir a produtividade de áreas agrícolas de qualquer tamanho em um clique. O cálculo é feito com base em imagens de satélite.
A percepção dos sócios fundadores da empresa, Walkiria Sassaki e Antonio Morelli era a de que a assinatura do serviço, de R$ 19,90, mais R$ 1 por hectare avaliado, faria sucesso entre produtores rurais de todos os tamanhos. Até que fez, conta o novo CEO da companhia, Rafael Coelho, no posto há cerca de oito meses.
Mas não o esperado. Serviços extra, que garantiriam as margens projetadas, não decolaram, diz o executivo. Mas os gestores perceberam forte interesse de outro público: grandes companhias envolvidas na cadeia agrícola, como bancos, seguradoras, tradings, fabricantes de fertilizantes e revendedores de insumos. Indústrias químicas, por exemplo, usam a ferramenta para pesquisa e marketing.
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Medem a produtividade em áreas com e sem seus produtos e citam a diferença entre elas na hora de venda, diz Coelho. Para as seguradoras, é interessante saber, com base no histórico de produção, se a tendência é de aumento ou redução da produtividade nas áreas de seus clientes.
A informação ajuda a medir o risco da carteira, afirma o executivo. A lógica é similar para os bancos que concedem financiamento. Um fundo que invista em terras também pode querer saber o potencial de produção de determinada região antes de fechar negócio.
Com a constatação, os esforços de venda foram redirecionados e as vendas aumentaram rápido, afirma Coelho. O volume de vendas do último trimestre do ano foi cinco vezes maior que o do anterior, diz o executivo.
Em cinco anos, a expectativa é alcançar receita de R$ 25 milhões. Para chegar lá, a empresa prepara agora nova ofensiva comercial, voltada ao mercado corporativo – as vendas do serviço no varejo continuarão, mas sem suporte de investimentos em marketing. E a primeira investida internacional, na Argentina. A conferir.
Fonte: “Pequenas Empresas & Grandes Negócios”