Saber aproveitar as oportunidades é o tipo de qualidade que todo empreendedor deve ter. Humberto de Andrade Soares aplicou esse princípio à diminuição da oferta de serviços domésticos na cidade de São Paulo – mais especificamente no que diz respeito à lavagem de roupas.
Foi assim que nasceu, em julho de 2013, a aLavadeira. A ideia do empreendedor era criar uma versão brasileira de um serviço que já é popular na Europa e nos Estados Unidos: uma lavanderia tecnológica e personalizada.
Funciona da seguinte forma: o cliente faz um cadastro no site da aLavadeira e dá algumas informações, como a quantidade de quilos de roupa para lavar e o número de pessoas uqe moram na casa. A partir disso, o sistema sugere um dos planos disponíveis para os clientes. São três: o econômico, para 1 a 2 pessoas, permite lavar 20 kg e custa R$ 195 ao mês; o família, para 3 ou mais pessoas, com franquia de 50 kg, custa R$ 425 ao mês; e o executivo, no qual dez camisas são lavadas por R$ 69,90 ao mês. A empresa também disponibiliza um plano customizado, que o cliente pode ajustar de acordo com suas necessidades e preferências pessoais.
Todas as segundas-feiras, um carro da empresa passa na casa do cliente para pegar as roupas sujas. Volta às quintas-feiras para entregá-las limpas e passadas e pegar outras para lavar, que são devolvidas na segunda-feira seguinte, fechando o ciclo. As roupas são passadas, dobradas e entregues em uma sacola lacrada, para diminuir a chance de imprevistos.
Não há a necessidade de os clientes irem à loja para entregar suas roupas, toalhas ou edredons. Até porque a aLavadeira não tem uma loja física, somente uma base de operações no bairro do Butantã, em São Paulo.
Além disso, a assinatura não é permanente – cabe ao cliente escolher o que prefere fazer. “Percebi que o brasileiro tem muita resistência em relação a assinaturas, então a empresa dá liberdade total ao cliente. Se ele quiser contratar o serviço hoje e cancelar amanhã, pode”, afirma Soares.
A empresa também preza pela segurança em seu serviço. Logo, cada uma das peças ganha um código de barras e é monitorada até voltar limpa e passada para os donos. “Esse processo minimiza os extravios e faz com que tenhamos um controle melhor dos produtos usados na limpeza. Pelo código de barras é possível saber todas as informações da peça, desde o nome do dono até a cor, o material e pequenos defeitos que ela possa ter”, diz o empreendedor.
Crescimento
O negócio de Soares contou com um investimento inicial de R$ 1,1 milhão. Com o sucesso da aLavadeira – a empresa não revela o faturamento de 2014, mas afirma que atualmente lava 1200 peças por dia e conta com centenas de assinantes fieis -, o empreendedor acredita que haverá uma segunda rodada de investimentos em breve.
A empresa tem dez funcionários e quatro carros que atendem as zonas sul e oeste da cidade de São Paulo, e já pensa em formas de atender as zonas norte e leste, onde a demanda pelo serviço é grande.
Os planos de expansão da aLavadeira não param por aí. Soares pensa em atender outras partes do país, como Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Porto Alegre. Já para as cidades médias, o empreendedor quer fazer um programa de franquias. Mas essas ainda são ideias. “Somos uma empresa nova. Aprendemos muito no último ano e meio e queremos crescer com qualidade”, afirma.
Ainda em São Paulo, o interesse pelo serviço mostra um crescimento interessante. Só em janeiro de 2014, a procura pelo atendimento da aLavadeira cresceu 34%. “Há um aspecto importante da operação que é a economia de água. Na empresa gastamos somente 40% da água que gastaríamos lavando de outra forma. É uma economia enorme e importante para o momento que estamos passando”, diz o empreendedor. “E por que não ter alguém fazendo esse serviço por você?”
Fonte: Pequenas Empresas & Grandes Negócios.
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