Natural de Carangola, cidade situada a 357 km de Belo Horizonte, em Minas Gerais, Tallis Gomes começou cedo a empreender. Aos 14 anos, ele precisava de dinheiro para comprar uma bateria para a sua banda. Da necessidade, surgiu a oportunidade: ao perceber que o mercado de telefones celulares era pouco explorado na região em que morava, Tallis decidiu criar um catálogo a partir das ofertas de aparelhos disponíveis à venda no site Mercado Livre, para então comprá-los e revendê-los.
O negócio deu certo, mas o jovem queria ir além. Em 2011, em resposta à ineficiência do serviço de transporte de táxis na cidade do Rio de Janeiro, surgiu a ideia de criar o aplicativo Easy Taxi, hoje expandido a nível global e que está presente em cerca de 30 países. Em 2014, Tallis deixou o cargo de CEO na empresa para se dedicar a outros projetos. Recentemente, ele fundou uma nova startup, a Singu, que funciona como um delivery de serviços de beleza. A iniciativa o levou a ser listado entre os 35 jovens mais inovadores com menos de 35 anos de idade pela MIT Technology Review, revista publicada pela universidade norte-americana, uma das mais prestigiadas do mundo. Ele conta toda a sua trajetória de sucesso no livro “Nada Easy”, lançado na última semana.
Veja também
José Mauro Nunes, professor da FGV, fala sobre a economia do compartilhamento
Para Pedro Videla, diretor da escola de negócios Iese, economia colaborativa abre novo capítulo na história do capitalismo
Daniel Gomes, CEO da Nexoos, fala sobre o mercado de fintechs no Brasil
Tallis explica que resolveu investir no mercado de beleza ao sentir falta de inovações de grande impacto no setor. Segundo ele, os salões de beleza são empreendimentos de alto custo e baixa margem de lucro. Assim, o objetivo do aplicativo é proporcionar um mecanismo prático para que os profissionais possam disponibilizar seus serviços de forma mais eficiente aos seus clientes por preços mais vantajosos.
Embora reconheça que o ambiente de negócios no Brasil ainda não é favorável aos empreendedores, Tallis identifica alguns aspectos positivos. “As empresas tradicionais são muito arcaicas e isso facilita o mercado de inovação”. Ele também vê oportunidades na área de economia colaborativa: “O mundo vive um movimento agora em que estamos saindo da era do ter para a era do usar. A minha geração já não quer mais adquirir bens, mas de usar bens. A mentalidade é diferente”.
E do que um empreendedor precisa para ser bem sucedido? “Resiliência. Saber tomar um baque na vida e dar a volta por cima. A única certeza que você tem é de que as coisas geralmente vão dar errado e quando dão certo, dão por pouco tempo. O bom empreendedor é aquele que sabe aproveitar esses bons momentos que surgem eventualmente e conseguem capitalizar em cima deles”. Ouça!
8 Comments