Uma evolução da tecnologia de transmissão de dados móveis com baixa latência, o 5G representa uma redução considerável do tempo de resposta do servidor ao dispositivo: se no 4G é de 50 milissegundos, no 5G pode ser menos de 1 milissegundo.
Esse ganho tem sido visto como grande oportunidade para viabilizar a expansão de inovações digitais. Nesse contexto, os avanços do 5G têm gerado discussões em variadas frentes. Uma que merece destaque é a relação dos serviços de telecomunicações com a modernização do sistema financeiro.
Os canais digitais via celular têm sido a grande aposta para a modernização do sistema financeiro. No Brasil, o fenômeno tem se materializado em ações como Pix, contas digitais de baixo custo e Open Banking. As telecomunicações, então, alcançam novo patamar estratégico: o de infraestrutura básica para a operação das inovações do mercado financeiro. Pesquisa da PwC chegou a estimar que o 5G pode ter impacto de até US$ 86 bilhões no Produto Interno Bruto (PIB) global de serviços financeiros até 2030.
O ganho de relevância para o mundo financeiro não tem passado despercebido pelas empresas da área, que estão vendo oportunidade de adaptar seus modelos de negócios para elas mesmas oferecerem serviços financeiros aos clientes, com destaque para o formato de parcerias com fintechs.
No Brasil, o movimento ganhou destaque quando foi noticiado que as principais operadoras estavam se articulando com fintechs, alegando oportunidade de diversificar receitas em troca de escala na distribuição via acesso a bases com milhões de clientes ativos. Dentre os serviços vislumbrados inicialmente estão os mais básicos, como pagamentos, recargas e pagamento de faturas. Operadoras internacionais como Orange, Telefónica e Turkcel já estão buscando expandir negócios para seguros e pequenos empréstimos.
Em cenário de aumento da competição no setor financeiro, devido às ações do Banco Central e a partir do novo status de relevância que as telecomunicações ganham com a aceleração da digitalização, pode-se esperar que a tendência, ainda tímida, cresça nos próximos anos, com expectativa especial para quando a implementação do Open Finance estiver concluída e operando em plena velocidade.
Fonte: “Estadão”, 19/01/2022
Foto: Josep Lago / AFP